A divulgação das tarifas de acesso à Embratel soou como o samba do monopólio doido. Ainda sem concorrência de qualidade, a estatal decidiu divulgar suas tarifas não competitivas alegando, justamente, não querer praticar preços baixos e prejudicar a concorrência - para o IP discado, por exemplo, a assinatura mensal é de R$ 48 pelas 15 primeiras horas e cada hora adicional, R$ 3. Mas o feitiço corre o risco de se voltar contra a feiticeira: muitos usuários não se entusiasmaram com as tarifas e disseram que migrar para outro provedor é só questão de tempo.
Para o consultor de informática da Embrasoft, Heitor Simão, que tem conta no serviço Internet da estatal, essa tática pode queimá-la para sempre. "Ela só pode cobrar quando os outros provedores cobrarem, senão o usuário não tem escolha e vai se sentir enganado", acredita, Álvaro Lima, diretor da Módulo, tem opinião ligeiramente diferente: "Vai ser caro para o usuário final, mas para as empresas é razoável".
Já para o geólogo Luiz Antônio Gravata, usuário de BBS e internauta de carteirinha, as tarifas da Embratel, se comparadas com as internacionais, são caríssimas. "A média de preços, lá fora, é de US$ 2 por hora contra os R$ 3 deles". Para Gravata a grande maioria não vai acessar a Internet através da estatal. "Mas com a entrada da IBM e outros provedores, isso vai mudar".
"Cogitei sair, mas vou aguardar para migrar para outros provedores", explica Roberto Braga, diretor de sistemas da Editora Record. Para Braga, atualmente uma outra saída pode ser o Ibase: "é mais barato, mas o serviço é pior. A IBM é uma alternativa interessante porque pode-se acessar a conta de qualquer parte do mundo". Assim como a maioria dos internautas. Braga terá que esperar até comparar os serviços e seus respectivos preços dos provedores. "A única coisa pior que isso e mudar de telefone", desabafa.
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Jornal do Brasil