A Universidade de São Paulo (USP) está implantando um Escritório de Gestão de Indicadores de Desempenho para subsidiar o planejamento e ações estratégicas da instituição.
“O objetivo é preparar a universidade para atender aos anseios da sociedade, respeitando as avaliações externas, nacionais e internacionais”, disse Vahan Agopyan, reitor da USP. O escritório será dirigido por Aluisio Segurado, professor titular da Faculdade de Medicina da USP.
A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) iniciou um mapeamento de informações que permitirá reunir, em uma única fonte, dados relevantes de desempenho, como, por exemplo, o número de palestras internacionais proferidas por seus docentes, de acordo com Marisa Massumi Beppu, pró-reitora de Desenvolvimento Universitário.
A Universidade Estadual Paulista (Unesp) constituiu uma comissão com a tarefa de interpretar e monitorar indicadores acadêmicos de suas 34 unidades em 24 cidades em todo o Estado, disse Helber Holland, da Assessoria Especial de Planejamento Estratégico.
Essas iniciativas foram anunciadas durante o segundo workshop do projeto Indicadores de Desempenho nas Universidades Estaduais Paulistas, apoiado pela FAPESP no âmbito do Programa Pesquisa em Políticas Públicas. O projeto tem como objetivo, até 2019, propor reformulação das métricas utilizadas atualmente pelas três universidades públicas estaduais paulistas.
Liderado pelo professor Jacques Marcovitch, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) e do Instituto de Relações Internacionais (IRI) da USP e ex-reitor da universidade, e pelo Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp), o projeto teve início em julho de 2017, tendo também como parceira a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo.
O objetivo, segundo Marcovitch, é estimular as universidades a substituírem a “cultura de anuário estatístico, que registra o passado”, pela de “unidade de inteligência”, que capta em tempo real informações de várias fontes para apoiar a construção do futuro.
As métricas a serem aprimoradas são as mesmas que alimentam rankings internacionais como o Times Higher Education (THE) ou o Academic Ranking of World Universities (ARWU). “Mas, para definir padrões de avaliação das universidades estaduais paulistas, é fundamental que se defina claramente qual o projeto institucional de cada uma delas, vis-à-vis o interesse de seus grupos de pesquisa”, recomendou José Goldemberg, presidente da FAPESP e ex-reitor da USP.
Elizabeth Balbachevsky, do Departamento de Ciência Política da USP, pesquisadora associada do projeto, acrescentou que os indicadores de desempenho são também uma forma de as universidades – que têm orçamentos maiores que os de muitos municípios paulistas – prestarem contas e mostrarem à sociedade “o que lhe estão entregando”.
(Agência FAPESP)