Um projeto de pesquisa realizado na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP, com apoio da Fapesp, vai mapear a diversidade microbiana existente nos solos onde já é cultivada cana-de-açúcar em São Paulo.
O mapeamento pode indicar áreas com composição microbiana do solo mais propícia para o desenvolvimento da cultura de maior importância agrícola do Estado. O projeto do mapeamento foi apresentado em workshop do setor este mês. Iniciado em 2011, o objetivo do estudo é mapear os grupos de microrganismos existentes nos solos onde há cultivo de cana-de-açúcar em São Paulo, correlacionando-os com fatores como o tipo de manejo da cultura, aspectos climáticos, como umidade e temperatura, e tipo de solo.
Com base nos dados obtidos pelos pesquisadores será possível estimar se uma determinada região apresenta maior incidência de determinados grupos de microrganismos e, em função disso, demanda menos fertilizantes, ou se manter a palha da cana-de-açúcar na superfície da plantação da cultura após a colheita induz o crescimento de certos grupos de microrganismos no solo que a tornam a planta mais resistente a pragas e doenças agrícolas.
Segundo Fernando Dini Andreote, professor da Esalq e coordenador da pesquisa, os zoneamentos agroclimáticos do Estado de São Paulo apontam a existência de duas regiões onde a cana-de-açúcar é manejada de formas diferentes. "Na análise microbiológica, não sabemos quantas áreas aptas para o cultivo da planta vamos identificar". De acordo com o pesquisador, quando for concluído, o mapeamento microbiológico de solos, que deverá ser disponibilizado na internet, poderá ter sua utilização expandida para outras culturas, que não apenas a cana-de-açúcar, além de para outras áreas para as quais a própria cana está caminhando em direção, como Mato Grosso e Goiás.