Cientistas estimam que metade dos agentes anticancerígenos usados atualmente em pacientes afetados pela doença têm origem em plantas e micro-organismos. Entre eles, destaque para as actinobactérias graças à sua produção de compostos com atividade bactericida, fungicida, algicida e anticâncer. E a última descoberta nesse campo foi feita na Antártica por pesquisadores ligados à USP e à Embrapa.
É nas condições extremas do continente gelado que floresce a gramínea Deschampsia antarctica, rica em actinobactérias, substância reconhecida por produzir elementos bioativos com comprovado potencial para gerar produtos antitumorais.
Um dos tumores mais agressivos e para o qual houve menos avanços terapêuticos nos últimos anos, o câncer de mama triplo-negativo ainda não conta com tratamento específico. Porém, uma proteína extraída de sementes de árvores da espécie Enterolobium contortisiliquum (conhecida popularmente como orelha-de-macaco) pode ser a esperança para o tratamento dessa doença.
Pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) constataram durante estudo apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapesp), que a proteína é capaz de inibir a metástase de câncer de mama triplo-negativo e de outros tipos de tumor, como o gástrico e o de pele (melanoma).
Os resultados desse estudo foram apresentados no início deste mês, em Bruxelas, em evento com a participação de pesquisadores brasileiros e belgas com o objetivo de estreitar parcerias em pesquisa.