Entidade terá como missão realizar pesquisas e promover atividades de extensão, educação, inovação e transferência de conhecimento e medidas de saúde pública
Em cerimônia realizada no dia 31 de março, em Paris, o presidente do Instituto Pasteur, Stewart Cole, e o reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior, assinaram o contrato social para a criação do Institut Pasteur de São Paulo. A missão da nova entidade, membro associado da Rede Pasteur, é realizar pesquisas no campo da biologia que contribuam para o desenvolvimento da saúde humana e promover atividades de extensão, educação, inovação e transferência de conhecimento e medidas de saúde pública. Esta é a primeira unidade do centro de pesquisa francês no Brasil.
O Institut Pasteur de São Paulo ficará sediado no campus da USP, em São Paulo, em um espaço de 2 mil metros quadrados, com 17 laboratórios, uma unidade de bioinformática e vários laboratórios multiusuários. Quando estiver em pleno funcionamento, abrigará mais de 80 cientistas do Brasil e de outros países que realizarão pesquisas de nível internacional sobre doenças transmissíveis, não transmissíveis, emergentes, reemergentes, negligenciadas e degenerativas, inclusive as doenças neurodegenerativas progressivas.
O novo centro de pesquisa é resultado de um convênio firmado entre o Institut Pasteur e a USP em 2017. Pelo acordo, as instituições se comprometeram a desenvolver uma plataforma científica. A Plataforma Científica Pasteur-USP (SPPU) foi inaugurada em junho de 2019, sob a coordenação conjunta da representante do Institut Pasteur, Paola Minoprio, e do professor do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP, Luís Carlos Souza Ferreira. Inicialmente, contava com cinco equipes de pesquisa.
Com a pandemia da covid-19, uma sexta equipe foi formada para estudar o vírus e a doença. A SPPU também aderiu à Rede USP de Diagnóstico de Covid-19 (Rudic), grupo de trabalho para diagnósticos em larga escala composto de diversos laboratórios do Estado de São Paulo. Em 2022, a plataforma contava com sete pesquisadores principais e 29 alunos de doutorado e pós-doutorado, além de ter firmado parcerias com mais de 20 instituições. Desde a sua fundação, a SPPU publicou mais de 60 artigos científicos. O instituto assumirá os direitos e obrigações da SPPU e permanecerá como membro associado da Rede Pasteur, que congrega pesquisadores de cerca de 20 países.
Na sessão realizada no dia 23 de março deste ano, o Conselho Universitário da USP aprovou a criação do Institut Pasteur de São Paulo, que será uma associação privada sem fins lucrativos “com propósitos científicos e tecnológicos, voltados para a área de ciências biológicas e da saúde”.
“A assinatura do contrato social do Institut Pasteur de São Paulo marca um grande passo que fortalecerá a cooperação do Institut Pasteur e as instituições brasileiras. Gostaria de destacar, em especial, a importância e relevância do trabalho realizado pelas equipes na Plataforma Científica Pasteur-USP, especialmente durante a pandemia de covid-19, e a inserção integral da plataforma no ecossistema de pesquisa do Estado de São Paulo. O Institut Pasteur de São Paulo busca proporcionar excelência científica em benefício das populações locais”, afirmou o presidente do Institut Pasteur, Stewart Cole, durante a cerimônia de assinatura do documento.
“Uma das principais prioridades da minha gestão à frente da Reitoria é fortalecer os vínculos da USP com a sociedade. A criação do Institut Pasteur de São Paulo, em parceria com o Institut Pasteur, representa um grande passo nessa direção e complementa outras iniciativas em andamento, incluindo parcerias com outras universidades e centros de pesquisa franceses. É um marco importante na contínua internacionalização da nossa Universidade. A França tem desempenhado um papel estratégico ao longo de nossa história, desde que a USP foi fundada, há quase 90 anos”, destacou o reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior.
O governador do Estado de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas, enfatizou que a criação do instituto “é uma forma de trazer ciência, inovação, pesquisa e o compartilhamento de conhecimento para o Estado de São Paulo. Uma nação se desenvolve a partir do momento em que ela investe nessas áreas. Significa que as respostas serão cada vez mais rápidas e o Brasil estará inserido nesse contexto, nessa rede internacional de pesquisa de pronta resposta. Ficamos muito felizes e temos certeza de que o Brasil ganha muito com esse passo e o Estado de São Paulo está muito orgulhoso”.
Também participaram do evento o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Marco Antonio Zago; o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação de São Paulo, Vahan Agopyan; o presidente da Agência USP de Cooperação Acadêmica Nacional e Internacional (Aucani), Sérgio Proença; a diretora do Departamento de Américas e Caribe do Ministério da Europa e Relações Exteriores da França, Michèle Ramis; e o cônsul-geral da França em São Paulo, Yves Teyssier d’Orfeuil, entre outros convidados.