O teste é baseado em uma técnica molecular chamada RT-LAMP (sigla em inglês de transcrição reversa seguida por amplificação isotérmica mediada por alça), que é amplamente utilizada para o diagnóstico de doenças infecciosas, como dengue, chikungunya, hepatite A e zika.
A técnica da USP é parecida com o método RT-PCR, que utiliza como amostras secreções do fundo da garganta e do nariz. Em ambas são induzidas reações para o processo de transcrição reversa (RT), na qual o RNA do vírus é transformado em DNA e, em seguida amplificado, para que o patógeno possa ser identificado.
A diferença é que, no teste da USP, não é necessária a extração do RNA do vírus para ser detectado — técnica realizada no RT-PCR por meio de reagentes importados, que são caros e frequentemente escassos no mercado, dependendo da demanda.
Os pesquisadores realizaram mais de mil testes-piloto em 25 funcionários do IQ-USP e 30 pessoas ligadas ao IB-USP. Os participantes foram testados duas vezes por semana.
Simplificação de processos
O novo exame é similar a outros já desenvolvidos no Brasil e em outros países e tem como objetivo, segundo os pesquisadores, aumentar a disponibilidade e a rapidez dos resultados, além de diminuir os custos para realização de testes moleculares por meio de simplificações dos processos.O método é uma alternativa ao exame de RT-PCR, considerado o padrão-ouro para detectar o novo coronavírus durante a fase aguda da infecção. Segundo Passos-Bueno, o teste está de acordo com as diretrizes determinadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).