Um supercomputador capaz de fazer um trilhão de cálculos por segundo ajudará pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) de Ribeirão Preto a desenvolver um estudo que pretende desvendar o processo de infecção do vírus da dengue. Entender o mecanismo pode ajudar a desenvolver substâncias que impeçam a ligação do vírus com células humanas.
O grupo que conduz a pesquisa, liderada pelo professor Léo Degrève, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, procura um modo de inibir a ação da proteína E, que tem um papel fundamental na conexão do vírus à membrana celular de pessoas contaminadas pela doença.
"O vírus da dengue apenas se liga a alguns tipos de célula, como dendritos e macrócitos. Um antiviral poderia inibir a capacidade da proteína E de fazer essa ligação", afirma o biólogo Etore Aguiar Moreira, do Centro de Pesquisa em Virulência do HC (Hospital das Clínicas) de Ribeirão.
O computador, produzido pela empresa americana Silicon Graphics International, vai ajudar os especialistas que desenvolvem o estudo em Ribeirão a conhecer detalhes da estrutura tridimensional e detalhes atômicos dessa proteína.
Apoiado pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), o projeto, que recebeu verba de cerca de R$ 600 mil, propõe a criação de um portal na internet, que terá o objetivo de integrar ações de vários grupos de pesquisa brasileiros.