Notícia

Jornal do Comércio (RS)

USP abrirá laboratórios a alunos da rede pública

Publicado em 19 junho 2006

Por Renata Cafardo, da Agência Estado

A Universidade de São Paulo (USP) pretende abrir seus laboratórios a jovens de escolas públicas. Os mil melhores alunos do ensino médio devem ser selecionados, a cada ano, para ter aulas práticas na instituição. Eles receberiam uma bolsa de menos de um salário mínimo por atividades durante, pelo menos, oito horas semanais.
A idéia - que cria uma espécie de pré-iniciação científica - é de uma das maiores cientistas do País e atual pró-reitora de Pesquisa da USP, Mayana Zatz. O Centro de Estudos do Genoma Humano, laboratório que coordena, seria um dos abertos aos estudantes. Segundo ela, o projeto está sendo finalizado na próxima semana e será entregue à Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que poderão financiar as bolsas.
O objetivo é que ele comece a funcionar já no segundo semestre. "Além de verem como é a pesquisa na prática, os alunos podem perder a idéia de que o mundo da universidade é algo muito distante deles. Conhecerão alunos, professores, doutores", diz Mayana. Estudos mostram que muitos jovens de escolas públicas nem sequer participam da Fuvest porque não têm nenhuma esperança de ter êxito.
O projeto, chamado de Programa de Apoio ao Ensino Médio/Pré-Iniciação Científica, segue a mesma linha do Inclusp, divulgado no mês passado pela instituição. A partir deste ano, estudantes de escolas públicas terão bônus de 3% nas suas notas, na primeira e na segunda fase da Fuvest. A intenção da USP é de aumentar o índice atual de cerca de 20% de jovens da rede estadual que ingressam na instituição.
Mayana diz que outro objetivo do projeto é o de ajudar no ensino de ciência das escolas, hoje precário em vários países do mundo. Neste ano, o maior exame internacional de estudantes, o Pisa, vai focar suas questões em ciência.