BRASÍLIA — O ministro da Administração, Bresser Pereira, aprovou o preenchimento de 2.609 vagas de docentes para as 52 universidade federais no país. O número liberado para novas contratações corresponde a 47,4% das vagas existentes (5.504). A evasão de professores aumentou nos últimos dois anos, a partir do anúncio da reforma da previdência que levou milhares de profissionais a pedirem aposentadoria temendo o fim da aposentadoria especial.
No Rio, as cinco universidades federais poderão abrir concursos para a contratação de 546 professores: 432 para a Universidade Federal do Rio de Janeiro; 16 para a Universidade. Federal Rural; 39 para a Universidade Federal Fluminense; 54 para a Universidade do Rio de Janeiro e 5 para o Centro Federal de Educação Tecnológica.
A decisão foi tomada após reunião na quarta-feira entre o ministro da Administração e o da Educação, Paulo Renato de Souza. Embora Bresser tenha autorizado o preenchimento de menos da metade das vagas existentes, a secretária de Ensino Superior do MEC, Vanessa Guimarães Pinto, garante que o MEC ficou satisfeito. O enxugamento dos cargos faz parte do trabalho desenvolvido pelo MEC de reposição de docentes, e vai significar 20% de economia na folha de pagamento dos docentes ativos. "As próprias universidades, diante do processo de autonomia, também começam a redimensionar seus quadros, e a meta é formar um corpo docente mais reduzido e melhor qualificado", afirmou.
Segundo a secretária, a mesma análise sobre a necessidade de docentes, está sendo feita para redimensionar o pessoal técnico-administrativo das instituições federais, que empregam 100 mil servidores. Existem 18 mil vagas, mas o MEC deverá repor apenas 20%. Os estudos sobre o pessoal técnico-administrativo ainda não foram concluídos.
Na avaliação sobre a necessidade de docentes em cada universidade, a secretária disse que se verificou casos de instituições que tinham excesso de quadros. Ao mesmo tempo, nos últimos anos, muitas universidades ficaram desfalcadas de professores. "Acredito que as 2.609 vagas que serão abertas contribuirão para ajustar a situação". "No segundo semestre, mais de 100 vagas deverão ser redistribuídas para atender universidades que enfrentam maior carência de docentes", disse Vanessa Guimarães.
Para exemplificar o interesse das próprias universidades em redimensionar seus quadros, a secretária citou a Universidade Federal do Rio de Janeiro. A partir do modelo para reposição de docentes usado pelo MEC, a UFRJ poderia contratar até 624 docentes. Mas a própria universidade, agora, quer preencher 432. "A universidade poderá expandir até as 624 vagas, mas há grande preocupação em ter um corpo docente qualificado. A seleção será feita com cuidado", disse a secretária.
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Jornal do Brasil