"Podemos ampliar conexões de pesquisa e desenvolver parcerias mutuamente benéficas com as instituições líderes do Brasil", garantiu o pró-reitor da Universidade de Birmingham
A Universia Brasil entrevistou o professor Malcolm Press, pró-reitor da Universidade de Birmingham, durante sua visita ao Brasil, no começo do mês de outubro. No bate-papo, por e-mail, Press comentou sobre o interesse da Universidade de Birmingham e da Universidade de Nottingham, localizadas na Inglaterra, em consolidar parcerias com as universidades brasileiras como USP, UNESP, UNICAMP, UERJ, entre outras.
Segundo o pró-reitor, a Universidade de Birmingham pretende investir 4 milhões de libras durante um período de mais de três anos para desenvolver essas parcerias com as universidades brasileiras. “Podemos ampliar conexões de pesquisa e desenvolver parcerias mutuamente benéficas com as instituições líderes do Brasil”, garantiu Press.
A seguir, leia a entrevista na íntegra com o pró-reitor da Universidade de Birmingham, professor Malcolm Press:
1. O que motivou a Universidade de Birmingham e a Universidade de Nottingham a visitarem o país?
Dado à notável qualidade e ambição das universidades brasileiras e perceptivos interesses complementares, as universidades Universidade de Birmingham e a Universidade de Nottingham reconheceram o potencial para ampliar conexões de pesquisa e desenvolver parcerias mutuamente benéficas com as instituições líderes do Brasil. A combinação de força e recursos das duas instituições nos possibilitou a fazer um progresso significante no período de apenas dois anos.
Abrimos um escritório representativo no Brasil e nos comprometemos a investir 4 milhões de libras em mais de três anos para desenvolver essa parceria. As atividades planejadas incluem colaborações em pesquisas de longo prazo, mobilidade de pesquisadores, de equipe e de estudantes, treinamento de doutorado, iniciativas de educação e envolvimento de negócios, além de transferência de conhecimento.
2. As Universidade de Birmingham e Nottingham costumam procurar por relações com universidades estrangeiras?
A Universidade de Birmingham tem uma estratégia de desenvolvimento de sua reputação global por meio da expansão de suas colaborações e presença internacionais. Juntamente ao Brasil, Birmingham tem parcerias estratégicas na América do Norte, na China e na Índia. Além dessas regiões, as universidades recrutam estudantes de mais de 150 países e mais de um terço da equipe é internacional. Possuímos parcerias internacionais por todos os continentes e desenvolvemos continuamente essa procura por colaborações de benefício mútuo.
Fundamentalmente, tudo que fazemos em relação às nossas parcerias internacionais está ligado a aprimorar pesquisas, criando impacto mundial e oferecendo oportunidades para o compartilhamento recíproco de conhecimento.
3. Quais são os próximos passos no desenvolvimento da relação existente com as instituições brasileiras?
Além do compromisso já existente com as parcerias brasileiras, estamos planejando acordos futuros com organismos de financiamento e programas de workshops acadêmicos, explorando oportunidades para bolsas de estudo de pós-doutorado e compromissos de negócios. Entendemos que isso nos levará a publicações conjuntas, subsídios de pesquisa e colaboração a um prazo mais longo. As prioridades imediatas incluem petróleo e gasolina, bioenergia, política esportiva, estudos sobre câncer, bio-materiais e, potencialmente, políticas de energia, poluentes, regeneração urbana e planejamento, transporte sustentável, biomedicina, pesquisa de medicamentos e envelhecimento saudável.
4. Essa visita superou suas expectativas e rendeu bons resultados?
A visita possibilitou que ambas as universidades fortificassem com sucesso muitas relações existentes e estabelecessem vínculos colaborativos adicionais, além de iniciativas com parceiros brasileiros pelo país. Conseguimos o financiamento da FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) para o nosso programa Brazil Visiting Fellows, que apoia os projetos de pesquisa entre o Brasil e o Reino Unido. Isso promove uma oportunidade para pesquisadores em início de carreira passarem um período nas universidades do Reino Unido, trabalhando com líderes acadêmicos. A Universidade de Birmingham também se tornou a primeira parceira britânica do Instituto Nacional de Câncer (INCA). A parceria terá foco no desenvolvimento de programas clínicos bilaterais e de treinamento de pesquisa, incluindo bolsas de estudo de PhD, intercâmbio de doutorado e pós-doutorado e bolsas de estudo em ensaios clínicos, assim como pesquisa sobre câncer e imunidade. Um resultado claro dessa visita é que, enquanto o Brasil se prepara para a Copa do Mundo da FIFA, procuramos convocar o terceiro evento de uma série de workshops sobre esportes com o ministro dos esportes e a UNESP em junho de 2014. Por último, mas não menos importante, Birmingham assinou um contrato com a Universidade de Brasília durante a visita, e com isso procuraremos desenvolver oportunidades colaborativas. Os acordos que temos com as universidades líderes brasileiras foram feitos com instituições como USP, UNESP, UNAERP, UERJ, UFSC, UNICAMP e UFRN, e com agências incluindo a CAPES, a CNPq, o observatório nacional e o ministro dos esportes. Acordos com a UFRJ e a UFBA também estão sendo conduzidos.
5. A Universia é a maior rede ibero-americana para colaboração universitária, com 1.242 universidades parceiras localizadas em 23 países diferentes. No Brasil, temos mais de 1 milhão de visitantes por mês em nosso site. Qual mensagem a Universidade de Birmingham e a Universidade de Nottingham teriam para todos os universitários e professores que nos acompanham?
Estamos totalmente comprometidos a manter nossa relação contínua no Brasil, construindo vínculos significativos com um alcance a instituições e agências.
Estamos entusiasmados para expandir nossas colaborações com parcerias brasileiras e encorajar as pessoas a participar da rede da Universia a entrar em contato conosco pelo e-mail international@bham.ac.uk. Temos orgulho em ser uma instituição líder no programa "Ciência sem Fronteiras", recebendo em torno de 60 estudantes anualmente, e de premiar 10 bolsas de estudo PhD por ano para brasileiros que buscam realizar pesquisas na Universidade de Birmingham.
Fonte: Universia Brasil