Sonho de idealistas, que começou a se concretizar na era dos milagres do Regime Militar, a universidade goza hoje de um imenso prestígio. Universidade brasileira que mais vínculos mantém com os setores de produção de bens e serviços, é um ponto de referência inquestionável quando se fala de ciência, tecnologia e conhecimento, com uma sólida credibilidade. Basta falar que algo ou alguém é "da Unicamp" para já merecer, no mínimo, respeito. Integrante da Fundação Fórum Campinas (FFC), que reúne mais dez instituições de ensino e pesquisa da região, é também uma fonte inestimável de consultas e embasamento para quem se dedica ao jornalismo. Vira e mexe, aqui nas redações, estamos às voltas com "alguém da Unicamp" nos avaliando um novo plano econômico do governo, um fenômeno social, uma descoberta, uma invenção. Da instituição saem mentes que estão no comando do País, profissionais ultra-qualificados, mestres, doutores e pesquisadores cujo trabalho em algum momento vai influenciar nossas vidas. É a campeã nacional de patentes e destaque mundial na produção de teses de pós-graduação e de publicação de artigos científicos.
Definida como uma autarquia, a Unicamp é subordinada ao governo estadual no que se refere a subsídios para a sua operação, mas com autonomia em política educacional. Os recursos financeiros tem como fonte principal o Governo do Estado de São Paulo e instituições nacionais e internacionais de fomento, como a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo ). O orçamento da Unicamp em 2002 foi de R$ 623,3 milhões, dos quais R$ 605,7 referem-se a receitas provenientes do Tesouro do Estado e R$ 17,6 a receitas próprias. Tal volume de recursos pode ser comparado ao orçamento de algumas grandes cidades brasileiras.
A universidade reúne quase 2 mil professores e 7.184 servidores técnicos e administrativos. Boa parte desses funcionários atua nas 20 unidades de ensino e pesquisa, exatamente dez institutos e dez faculdades, onde são ministrados 63 cursos de graduação e 63 programas de mestrado e doutorado. Segundo uma avaliação da Capes (Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), entidade do Governo federal, 94% dos cursos oferecidos pela Unicamp são bons e 50% são excelentes. O corpo de estudantes, por outro lado, é composto de 12.700 alunos de graduação, que se somam a mais 9 mil alunos de pós-graduação. E a disputa para fazer parte do corpo dicenti da Unicamp é grande, pois pelo menos 47 mil candidatos se inscrevem anualmente no vestibular da universidade. O curso de Medicina é o mais procurado, com 80 candidatos por vaga.
A maior parte dos institutos e faculdades está no campus de Barão Geraldo.
Há, contudo, outras unidades extra-campus. Em Piracicaba funciona a Faculdade de Odontologia de Piracicaba e em Limeira os cursos tecnológicos e o Colégio Técnico de Limeira (Cotil). Na cidade de Paulínia, está o Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas (Cpqba) e na própria Campinas está ainda, na região central, o Colégio Técnico de Campinas (Cotuca). A área do campus principal perfaz quase três milhões de metros quadrados. É literalmente uma "cidade universitária", uma urbe de vida autônoma dentro de Campinas, com edifícios, parques e gramados, prefeitura, agências bancárias, restaurantes, trânsito, ônibus, ruas, calçadas, bibliotecas, praças esportivas, creche, teatros, livrarias, agência de correios e pessoas circulando.
Calcula-se aliás, que a população flutuante desta cidade da ciência esteja por volta de 30 mil pessoas por dia. O nome, Cidade Universitária Zeferino Vaz - situada a 12 quilômetros do centro de Campinas, no distrito de Barão Geraldo -, é uma justa homenagem ao fundador da Unicamp.
Notícia
Correio Popular (Campinas, SP)