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DCI

Universidade desenvolve mão cibernética

Publicado em 23 abril 2003

Pesquisadores do Laboratório de Biocibernética e Engenharia de Reabilitação da Escola de Engenharia de São Carlos da USP estão desenvolvendo uma prótese de mão eletrônica capaz de captar, interpretar e transformar em movimentos os sinais elétricos emitidos pelos músculos de pessoas que receberem o implante. Equipada com motores e sensores integrados, a prótese será programada para reconhecer os sinais de cada paciente e terá a mesma aparência e funções da mão natural. Segundo Fransérgio Leite da Cunha, da equipe da ESSC, a "Mão de São Carlos" será uma das mais avançadas do mundo. "Das que existem, nenhuma une tantos movimentos e outros tipos de funções sendo, ao mesmo tempo, tão parecida com a mão humana". Com três dedos funcionais e dois dedos de função estética, a peça é revestida em borracha especial que imita a pele humana. A mão eletrônica poderá realizar os três principais movimentos de manuseio: garra de força (punho cerrado, como se fosse pegar um martelo), pinça tridigital (união do polegar com os dedos indicador e médio, para escrever) e a pinça lateral (polegar ao lado do indicador dobrado, como se faz para pegar um cartão de crédito). A prótese também informará ao portador a temperatura e a força aplicada aos objetos por meio de sensores de calor e de deslizamento inseridos no braço natural. A conclusão do projeto ainda demora, por isso os testes com pacientes só devem se iniciar em 2005. Hoje, os pesquisadores estão construindo os dedos e a palma da prótese, e a expectativa é que até o final do ano já se tenha um protótipo de mão inteira para testes de bancada. "A prótese é um robô que responde a comandos do paciente", explica Cunha. Mesmo com tanta ciência e tecnologia, os pesquisadores precisam de informações básicas sobre características e necessidades das pessoas.