Uma missão de 12 executivos e pesquisadores da Universidade de Queensland (Austrália) chega nesta quinta-feira, dia 2 de maio, a Belo Horizonte. A visita à capital mineira conta com a presença do mais forte nome na instituição, o presidente, Peter Hoj, e visa estabelecer parcerias com agências de governo, universidades e empresas de Minas Gerais com o intuito de promover projetos cooperativos de pesquisa e inovação, transferência de tecnologia, joint ventures, e intercâmbios de estudantes de graduação e pós-graduação.
Tanto Minas Gerais, quanto o estado de Queensland têm forte vocação para a mineração e, por esse motivo, muitos dos acordos visam o desenvolvimento de pesquisas conjuntas voltadas para a inovação das operações e processos, para o aumento de competitividade, lucratividade ou viabilização de novas reservas, e também estudos sobre o impacto da atividade no seu entorno.
A missão lançará a plataforma internacional de pesquisa intitulada "Novas soluções para a avaliação da qualidade do ar e da água em territórios mineradores", liderada pela Universidade de Queensland e Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Recursos Minerais, Água e Biodiversidade (INCT Acqua), com a participação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O projeto é considerado um caso de sucesso e benchmarking para projetos cooperativos.
Pesquisadores e empresas mineiras podem ser beneficiados pelo fato de a UQ ser direcionada para a obtenção de patentes e para o desdobramento das pesquisas em produtos e serviços, bem como o estabelecimento de protocolos para avaliação dos riscos e redução dos impactos ambientais.
Programação - Para conhecer as oportunidades do mercado industrial brasileiro, o grupo inicia as atividades em Belo Horizonte com um workshop ministrado pelo diretor de negócios para o governo de Queensland, Austrália, no Brasil, Renato Ciminelli. A palestra será realizada no Hotel BH Platinum, em Lourdes. Em seguida, a delegação participa de uma reunião com o Departamento de Relações Internacionais da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) para articulação dos alvos de cooperação.
Também será assinado um Acordo de Cooperação entre a UQ e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), pelo presidente da universidade australiana e o presidente do órgão de fomento mineiro, com o objetivo de financiar conjuntamente iniciativas científicas e tecnológicas em prol do desenvolvimento. Em seguida, o grupo se encaminha para a cerimônia de assinatura de Acordo de Cooperação com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), para a ampliação da linha de projetos cooperativos iniciada em 2008. Também estarão presentes nas duas solenidades o Embaixador da Austrália no Brasil, BrettHackett, e a Reitora da Universidade Federal de Viçosa.
A delegação realizará um almoço de confraternização no restaurante Fiesta Brava, localizado na região da Pampulha, e em seguida realiza reuniões fechadas de negócios com empresas interessadas no estabelecimento de parcerias efetivas. A primeira, com a empresa Coffey, iniciará a construção de uma agenda ambiciosa voltada a projetos industriais e de treinamento conjuntos.
O presidente da UQ, acompanhado do embaixador, também participará de encontros com a Vale, Valer e o Consórcio Minero-Metalúrgico de Formação e Qualificação Profissional. Durante as reuniões, os especialistas definirão os detalhes das oportunidades de parceria.
Também participam da missão professores, pesquisadores e gestores da Universidade de Queensland. O objetivo deles em Belo Horizonte é interagir com os cientistas locais e verificar pontos de convergência para o desenvolvimento de projetos em conjunto. Merecem destaque dois institutos de renome internacioanal, o JKTech, liderança mundial em tecnologia de processamento mineral, e o Uniquest, especializado na comercialização de produtos e serviços de base científica concebidos na UQ.
A visita a Belo Horizonte faz parte de uma missão da UQ na América Latina que começou no dia 28 de Abril, no Chile. Depois de passar pela capital mineira, a delegação segue para São Paulo, onde realizará reuniões com a Universidade Federal de São Paulo (USP), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Unesp e Escola Superior de Agricultura (Esalq).
Quando começou a parceria ? Em fevereiro de 2008 foi realizada a primeira aproximação entre o governo de Minas Gerais e a Universidade de Queensland quando da missão liderada pelo então vice-governador, Antônio Augusto Anastasia, e promoveu a assinatura do acordo de cooperação entre os estados de Minas Gerais e Queensland, na Austrália. Àquela época, a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes) estabeleceu um acordo de indução de tecnologia, que culminou com a criação do Polo de Excelência em Mineração e que adotava o estado e a Universidade de Queensland como âncoras do programa. A iniciativa evoluiu e em outubro do mesmo ano, foi estabelecida aparceria com a UFMG.
Em 2010 a Fapemig assinou o seu primeiro acordo com a UQ que previa a realização de projetos de pesquisa em conjunto sobre o uso da água na mineração. A iniciativa foi considerada positiva, e agora em 2013 as duas instituições irão ampliar o acordo também para outras áreas de conhecimento.
UQ e o Brasil - Hoje a Universidade de Queensland tem mais de trinta parcerias com agências de governo, universidades e indústrias brasileiras. Em 2012 a UQ recebeu 42 estudantes do Brasil enviados pelo programa Ciência Sem Fronteiras, que visa promover o intercâmbio científico, acadêmico e tecnológico entre estudantes de graduação, pesquisadores, pós-doutores, para promover a inovação com centros de excelência de outros países de todo o mundo. Com o objetivo de no futuro não apenas receber estudantes brasileiros, mas também encaminhar australianos para estudarem no nosso país, a Universidade de Queensland iniciou um programa de ensino da língua portuguesa.
A pesquisa da Universidade de Queensland, por ser bastante especializada em algumas áreas de conhecimento, possui um desempenho superior à média mundial e também à de outras universidades na Austrália. A instituição é focada na transferência de tecnologia e na aplicação do conhecimento em produtos e serviços que possam beneficiar setores produtivos, com a utilização de estudos interdisciplinares.
Apesar de possuir parceria com diversos países na América Latina, é com o Brasil que a UQ possui o maior número de publicações conjuntas nos últimos cinco anos, totalizando 190 projetos. Um exemplo é o estudo que o instituto de Biologia Molecular está trabalhando em assuntos de saúde global para controle insetos que disseminam doenças humanas como malária, dengue e Doença de Chagas.
Histórico UQ - Criada em 1909, conta atualmente com mais de 400 programas de graduação e com sete mil funcionários, operada com uma receita de AU$ 1,64 bilhão. Líder australiana em pesquisa e comercialização dos resultados científicos em produtos e serviços. Atualmente possui 45 mil estudantes, sendo que cerca de 11 mil são estrangeiros oriundos de 134 países. A universidade conta atualmente com quatro campi, denominados de Saint Lucia, Herston, Ipswich e Gatton, e possui seis tipos de formação: Artes; Negócios, Economia e Direito; Engenharia, Arquitetura e Tecnologia da Informação; Ciências da Saúde; Ciências (incluindo Veterinária e Agricultura; e Ciências Sociais e Comportamentais).
Fonte: Assessoria de imprensa