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Unifesp passa a abrigar Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) (105 notícias)

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Com objetivo de desenvolver uma investigação fundamental ou aplicada sobre temas específicos, tal programa recebe apoio da Fapesp

Por Juliana Narimatsu

A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) passa a abrigar um dos cinco novos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) , pertencentes ao programa desenvolvido e financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

O CEPID tem como missão desenvolver uma investigação fundamental ou aplicada focada em determinados assuntos, como também contribuir ativamente para a inovação, por meio de transferência de tecnologia, além de oferecer atividades de extensão voltadas para o ensino fundamental, médio e para o público em geral. Atualmente são 17 vigentes e que trabalham com temas diversos, desde alimentos e nutrição, ciências matemáticas, estudos metropolitanos até engenharia computacional (saiba mais detalhes aqui ).

No caso da Unifesp, coordenado por Arnaldo Colombo, docente da Disciplina de Infectologia da Escola Paulista de Medicina (EPM) - Campus São Paulo, o Projeto ARIES, iniciativa que recebeu fomento da FAPESP na modalidade de CEPID, tem como eixo central o combate à resistência a antimicrobianos dentro de um contexto de trabalho em saúde única e global. “Diante da complexidade desta rede formada pelo CEPID, há o entendimento de que esta linha de fomento à pesquisa representa uma contribuição no desenvolvimento de ciência de qualidade internacional bem como de novos processos e produtos que deverão ter impacto na melhoria de nossos indicadores culturais, sociais e econômicos”, pontua Colombo.

A resistência a antimicrobianos, segundo o coordenador do projeto, é considerada pela Organização Mundial da Saúde como um dos dez principais problemas de saúde pública, pois afeta todas as regiões do mundo. Atualmente, poucas opções terapêuticas são disponíveis para o tratamento das infecções causadas por bactérias e fungos multirresistentes, o que leva ao aumento do tempo de internação, das taxas de mortalidade e dos custos. Estima-se que 1,27 milhões de mortes ocorreram em 2019 diretamente atribuídas a infecções causadas por bactérias resistentes, o que implica em um grande impacto social e econômico, derivado do alto custo anual relacionado despesas diretas causadas ao sistema de saúde, às perdas de produtividade e, também a seu impacto negativo na sobrevivência dos pacientes. “Vale dizer que os determinantes da resistência a antimicrobianos estão relacionados não apenas a saúde humana, mas também é um fenômeno muito impactado pelas mudanças climáticas e ambientais e o uso de antimicrobianos no contexto da produção de proteína animal e também de antifúngicos na agricultura. Sendo assim, a abordagem deste problema no contexto da saúde única e global é estratégia fundamental para avançarmos em soluções para este complexo problema”, complementa.

De acordo com Colombo, 10% das propostas dessa modalidade, regularmente apresentadas a FAPESP, são aceitas para fomento, tendo em vista que o financiamento envolve valores de R$ 30 a R$ 40 milhões para custeio de ensaios, equipamento e pessoal e entre R$ 6 a R$ 8 milhões de reserva técnica para a instituição sede (neste caso a Unifesp), recursos estes que devem ser geridos no sentido de oferecer melhorias ao ambiente de pesquisa e trabalho dos setores envolvidos na iniciativa. “Considero um privilégio para qualquer pesquisador poder participar e ter protagonismo nesta força tarefa do CEPID que deverá ser instalado na Unifesp, cujo output deve ter grande impacto na resolução de questões fundamentais para a ciência e sociedade. Este trabalho contou com a colaboração de diversos pesquisadores da Unifesp que atuam particularmente na EPM, campus Diadema, campus São Jose dos Campos e de vários outros pesquisadores de universidades paulistas, como USP, Unicamp, Unesp e Fundação Getúlio Vargas, completa Colombo.

A pró-reitora de Pós-Graduação e Pesquisa da Unifesp, Lia Bittencourt, pontua que tal projeto, submetido e aprovado pelo programa, abarca também uma importante característica multiprofissional. “É uma iniciativa de renomados(as) pesquisadores(as) da nossa universidade, englobando os campi Diadema, Osasco, São José dos Campos e São Paulo, e que conta também com a parceria com outras instituições e um comitê consultivo internacional de especialistas reconhecidos(as) na área”.

Estabelecido em 1998, mas com início aos primeiros centros no ano 2000, o Programa CEPID financia projetos de pesquisa que abordam perguntas transformativas do conhecimento atual e cujos resultados possam trazer impactos positivos para a sociedade. Além de buscar desenvolver pesquisas ousadas de excelência internacional, o programa procura agregar pesquisadores(as) em torno de questões fundamentais ou orientadas para aplicações para se transformar, assim, em um centro de classe mundial de pesquisa.

“A Unifesp recebe com muita alegria e orgulho a notícia”, comenta a pró-reitora Lia. “Esta conquista é de suma importância para nossa universidade, por consagrar e selar a excelência da pesquisa, que já é vista no cenário nacional e internacional, e também reconhecer a maturidade dos nossos(as) pesquisadores(as) de trabalhar em rede, dentro e fora da universidade, respondendo questões fundamentais da sociedade. Parabenizamos a todos(as) pela ousada e grande conquista almejada”, finaliza.

Cinco novos CEPIDs

Apoiados pela Fapesp durante um período inicial de cinco anos, com possibilidade de estender por mais dois períodos de três anos cada, os cinco novos CEPIDs foram selecionados entre mais de 30 propostas submetidas ao edital de 2021 (acesse aqui ). Todos os projetos abrangem como temática as ciências de saúde, biológicas, agronomia e veterinária.

A avaliação envolveu mais de 140 especialistas internacionais e nacionais seguindo os procedimentos dispostos no edital. De acordo com a FAPESP, a aprovação destes cinco projetos demonstra ser o processo mais competitivo do programa desde o seu lançamento.

Além da Unifesp, o Centro de Hematologia e Hemoterapia da Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista em Rio Claro, Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz e o Instituto de Química, ambos da Universidade de São Paulo, foram também aprovados (leia mais sobre nesse link ).

Lido 12 vezes Última modificação em Sexta, 31 Março 2023 19:22

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