Um estudo da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) resultou no desenvolvimento da primeira bioprótese de válvula aórtica nacional para implantes cardíacos por cateterismo que poderia reduzir pela metade o custo do produto. Atualmente existem apenas duas próteses deste tipo aprovadas e disponíveis no mercado mundial, sendo que somente uma delas tem a comercialização autorizada no Brasil, ao custo de aproximadamente R$ 100 mil.
O produto desenvolvido pelos especialistas da Unifesp em parceria com a empresa Braile Biomédica, de São José do Rio Preto (SP), e apoio da Fapesp (Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo), poderá ser vendido a um custo praticamente 50% menor, segundo estudos iniciais, possibilitando a distribuição por meio do SUS (Sistema Único de Saúde).
A nova válvula foi desenvolvida com base em duas tecnologias já utilizadas pela empresa, que são as válvulas clássicas de pericárdio bovino e os stents aórticos desenvolvidos há dez anos também em parceria com a Unifesp.
Confeccionada a base de pericárdio bovino envolvido por uma estrutura metálica de aço inoxidável, a prótese está em fase final de testes e deverá ser encaminhada no início de 2010 para análise da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), órgão responsável pela regularização do produto no Brasil.
"Os testes realizados indicaram que o produto tem a mesma qualidade dos importados", disse o cirurgião cardiovascular Diego Gaia, autor da tese de doutorado que resultou no desenvolvimento do produto.