Agência Fapesp
Projeto de pesquisadores da Unicamp dá origem a laboratório interativo de ciências em escola de ensino fundamental em Campinas.
O Laboratório Interativo de Ciências Prof. Dr. Hilário Fracalanza (Labi) foi inaugurado na segunda-feira (29/6), em Campinas, no interior paulista, resultado de um projeto de pesquisa apoiado pelo Programa de Melhoria do Ensino Público da FAPESP.
O novo espaço de ensino e aprendizagem, uma parceria da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) com a Secretaria Municipal de Educação da Prefeitura Municipal de Campinas, está montado na Escola Municipal de Ensino Fundamental Prof. Vicente Rao, localizada no Parque Industrial, que serviu de base para a realização do projeto.
Segundo os responsáveis, o objetivo do laboratório é promover a aprendizagem de professores e alunos por meio do levantamento de hipóteses e desenvolvimento da autonomia e da motivação para a pesquisa, além de proporcionar oportunidades para que os indivíduos interajam com os fenômenos naturais e conhecimentos científicos abordados em sala de aula.
“O laboratório, criado para promover a iniciação científica de alunos com até 14 anos, vai além do ensino livresco ministrado em sala de aula e terá foco em atividades experimentais para a construção de hipóteses sobre os conteúdos ministrados”, disse Pedro Ganzeli, professor do Departamento de Políticas, Administração e Sistemas Educacionais (Depase) da Faculdade de Educação da Unicamp e coordenador do Labi, à Agência FAPESP.
O laboratório, cujo nome homenageia o professor do Departamento de Metodologia de Ensino da Faculdade de Educação da Unicamp morto no início do ano, pretende ainda favorecer a integração entre o trabalho desenvolvido na escola pelos professores da área de ciências e os de outras disciplinas.
“O Labi se caracteriza como uma grande inovação curricular por conta de não se limitar apenas aos livros didáticos e promover a interdisciplinaridade no ensino fundamental. Além do ensino de ciências, ele se propõe a envolver o ensino de áreas como matemática, português e artes”, explicou Ganzeli.
O projeto de pesquisa, intitulado “Trabalho Integrado na Escola Pública: Participação Política-Pedagógica”, busca romper com a lógica de organização do espaço escolar tradicional, baseada majoritariamente pelas decisões dos gestores da educação.
O objetivo é construir novas formas de conceber a prática política-pedagógica da estrutura escolar, transformando as relações de trabalho no âmbito interno da escola pública e também entre a instituição de ensino e os órgãos centrais da rede municipal que controlam todo o processo escolar.
“Trata-se de uma pesquisa que, por meio da construção de um trabalho integrado dentro da escola, propõe a construção da prática permanente da reflexão sobre a ação entre os sujeitos que participam do cotidiano escolar, permitindo a construção de saberes e estratégias de ação que possibilitem mudanças na realidade escolar”, disse Ganzeli.
O projeto de pesquisa, que se divide em sete subprojetos e será concluído em julho, além dos recursos para a compra dos equipamentos e outros serviços para a montagem do Labi, ofereceu bolsas para profissionais da rede municipal de ensino.
Entre os resultados já alcançados estão a implementação de uma nova sistemática de planejamento participativo, uma nova estrutura de eleição dos representantes do conselho da escola, a elaboração participativa do regimento interno da instituição, a criação dos planos de ensino com estrutura comum e a elaboração do projeto político-pedagógico de forma integrada.
Mais informações sobre o Labi: (19) 3272-2044.
(Envolverde/Agência Fapesp)