Trabalhos foram escolhidos para integrar o Programa Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia
Cinco projetos de pesquisa da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) foram escolhidos para integrar o Programa Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT). Ao todo, os trabalhos receberão R$ 32 milhões em três anos do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). “Minha avaliação é positiva, apesar de ter uma expectativa de aprovação de número maior de projetos porque a gente conhece a grande importância da universidade. De 10% a 15% da produção científica vem da Unicamp”, afirma o pró-reitor de Pesquisa, Daniel Pereira.
A universidade inscreveu 20 pesquisas, representando investimentos da ordem de R$ 140 milhões. Os programas foram avaliados por pesquisadores especializados em cada uma das áreas. Os cinco institutos aprovados vão mobilizar cerca de 240 pesquisadores da Unicamp. “É importante ressaltar que os institutos nacionais estão presentes em outros estados e universidades e muitos docentes da Unicamp que não estão nas cinco redes participam em outras. Por exemplo, tem muitos professores do Instituto de Física e de Química participando de institutos em São Carlos”, diz o pró-reitor.
Os centros de pesquisa selecionados começarão a funcionar ainda este ano, assim que a verba chegar. Os programas selecionados serão coordenados pelos professores Amir Caldeira e Hugo Fragnito, do Instituto de Física (IF); Fernando Ferreira Costa e Mário Saad, da Faculdade de Ciências Médicas (FCM); e Rubens Maciel Filho, da Faculdade de Engenharia Química (FEQ).
O professor Daniel conta que os programas aprovados conduzirão várias pesquisas nas áreas da física, medicina e química. Entre os temas pesquisados na física estão a óptica, lasers e a interação da radiação com a matéria. No campo das ciências médicas, o Hemocentro conduzirá pesquisas sobre doenças genéticas e questões relativas à transfusão de sangue. Obesidade e diabetes também serão alvo de estudos. E, na química, serão estudados temas ligados à bioenergia, petróleo e gás.
A criação dos novos institutos nacionais faz parte do Plano de Ação de Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Nacional, anunciado em novembro do ano passado pelo MCT. O plano integra o Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC da Ciência, e prevê um investimento total de R$ 41,2 bilhões até 2010, distribuído em quatro prioridades: expansão e consolidação do sistema nacional de CT&I; promoção da inovação tecnológica nas empresas; pesquisa, desenvolvimento e inovação em áreas estratégicas; e CT&I para o desenvolvimento social. O pró-reitor da Unicamp avalia que o programa representa uma “mudança de paradigma”. “Inova ao formar uma rede temática por tempo maior e pela parceria com a Fapesp”, afirma Pereira.
Em todo o País, foram selecionados 101 centros de produção científica e tecnologia de ponta. O anúncio foi feito ontem, na sede do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em Brasília, pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende. O investimento total será de R$ 523 milhões, o maior já feito através de uma chamada pública no Brasil.
Das 261 propostas recebidas, 61% foram da região Sudeste. O Estado de São Paulo contará com 35 dos 101 novos centros, totalizando investimentos de R$ 187 milhões. Dos recursos disponíveis em âmbito nacional, 35% serão destinados para projetos dos estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste; 15% para o Sul; e 50% para o Sudeste.
A criação dos institutos conta com parceria do Ministério da Educação (MEC), das fundações de Amparo à Pesquisa do Amazonas (Fapeam), do Pará (Fapespa), de São Paulo (Fapesp), Minas Gerais (Fapemig), Rio de Janeiro (Faperj) e Santa Catarina (Fapesc), do Ministério da Saúde, da Petrobras e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O desempenho de cada instituto será acompanhado pelo CNPq e pelo Comitê de Coordenação, enquanto a avaliação do programa, tendo em vista as metas inicialmente propostas, será feita pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE).
SAIBA MAIS - Programas da Unicamp selecionados pelo Ministério da Ciência e Tecnologia
Fotônica para Comunicações Ópticas
Coordenador: Hugo Luis Fragnito
Instituto de Física Gleb Wataghin
Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Sangue
Coordenador: Fernando Ferreira Costa
Faculdade de Ciências Médicas
Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Informação Quântica
Coordenador: Amir Caldeira
Instituto de Física Gleb Wataghin
Instituto Nacional de Pesquisa em Obesidade e Diabetes
Coordenador: José Abdalla Saad
Faculdade de Ciências Médicas
Instituto de Biofabricação
Coordenador: Rubens Maciel Filho
Faculdade de Engenharia Química
Obs: Ao todo, esses cinco trabalhos escolhidos em Campinas receberão investimentos de R$ 32 milhões em três anos do governo federal.