Mário Tanocchi/AE - Campinas
A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas assinou ontem um contrato de licenciamento de tecnologia com a Aché Laboratórios para o desenvolvimento de uma droga inédita para o controle da diabetes tipo
O componente químico foi descoberto pela equipe coordenada por Lício Velloso. É uma molécula de DNA alterada, tecnicamente um ''oligonucleo-tídeo'', capaz de bloquear a produção da proteína PGC1-alfa que regula o metabolismo humano e o processamento de energia dentro da célula. ''Com isso é capaz de fazer o metabolismo produzir mais insulina e ao mesmo tempo ampliar a capacidade de absorção dessa insulina pelos tecidos'', disse o pesquisador.
Os produtos existentes no mercado mundial para a diabetes tipo 2 (diabetes melitos), hoje, ou fazem uma coisa ou fazem outra. Assim, o paciente evita tomar mais de um remédio o que também barateia o tratamento. E mercado não falta. Estima-se que 10% população mundial seja portadora de diabetes. Do total, 90% é de diabetes tipo 2. No Brasil, então, são 18 milhões de diabéticos de todos os tipos e cerca de 16 milhões do tipo 2.
PARCERIA
No contrato assinado ontem, a Unicamp vai receber entre 2,5% a 4% de royalties da empresa dependendo do volume de vendas do produto sobre o faturamento líquido. Como o contrato é de risco, a Unicamp tenta conseguir também R$ 2 milhões junto à Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) para investir o mesmo que a empresa. A parceria vale por cinco anos. É o tempo que leva para os testes nos animais.