Ranking de Tecnologia — Destaque de universidade expõe fragilidade de empresas brasileiras, que não investem
A Petrobras perdeu a liderança de pedidos de patentes ao Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (Inpi). Isso vem desde a década de 1970, quando a Petrobras resolveu enfrentar as crises do petróleo investindo em pesquisa, o que lhe conferiu o 1º lugar no depósito de patentes no País. Agora, a Petrobras foi superada pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que ocupava a 2ª posição. A Unicamp entrou com 191 pedidos de patente entre 1999 e 2003, enquanto Petrobras teve 171.
Entre as patentes da Unicamp estão a de um sistema de nanopartículas que combate células cancerígenas, plástico biodegradável de amido de milho e feijão instantâneo.
Entre as 20 primeiras colocações estão outras instituições de ensino, como a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em 10º lugar, e a Universidade de São Paulo (USP), em 13º. Hoje, a 1ª empresa privada do ranking de patentes é a Arno, de eletrodomésticos, 3ª colocada na classificação, com 148 pedidos.
O fato de o primeiro lugar em pesquisas no País estar agora sendo ocupado por uma universidade, a Unicamp, revela o empenho e o alto nível de suas pesquisas . Mas o que é motivo de orgulho para uma universidade estadual como a Unicamp deveria ser razão de vergonha para as empresas privadas nacionais, que não investem em seu próprio futuro, o que se reflete na falta de patentes."Faltam políticas de longo prazo para estimular as empresas", diz uma diretora do Inpi, Maria Beatriz Amorim Páscoa.
Em países como os EUA, a realidade é outra: a Universidade da Califórnia, uma das mais importantes do mundo, aparece apenas em 44º lugar no ranking das patentes, liderado por empresas privadas. Em 2003, a Coréia do Sul obteve 4.132 patentes nos EUA, a China 424, a Índia 355, e o Brasil, 180. Enquanto 83% de nossos mestres e doutores estão nas universidades, na Coréia do Sul eles são 39% porque grande parte está nas empresas. "Estamos bem em ciência, e mal em tecnologia", diz Maria Beatriz.
Para o diretor científico da FAPESP, Henrique Brito Cruz, " faltam condições para as empresas." Para promover a pesquisa, a Unicamp criou em 2003 a Agência de Inovação (Inova). Seu diretor, Roberto Lotufo, diz que o número de patentes depositadas pela agência já é o dobro do que diz o relatório do Inpi. "Foram 66 depósitos em 2005."
Não é por acaso que os dois primeiros lugares da lista são ocupados pela Unicamp e pela Petrobras. Elas mantêm cooperação desde 1987, quando foi criado o Centro de Estudos do Petróleo (Cepetro). O laboratório ajuda nas pesquisas da estatal. "Do Cepetro já saíram mais de 250 mestres e doutores hoje na Petrobrás", diz Saul Suslick, diretor do centro de pesquisas.
A Petrobras perdeu a liderança de pedidos de patentes ao Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (Inpi). Isso vem desde a década de 1970, quando a Petrobras resolveu enfrentar as crises do petróleo investindo em pesquisa, o que lhe conferiu o 1º lugar no depósito de patentes no País. Agora, a Petrobras foi superada pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que ocupava a 2ª posição. A Unicamp entrou com 191 pedidos de patente entre 1999 e 2003, enquanto Petrobras teve 171.
Entre as patentes da Unicamp estão a de um sistema de nanopartículas que combate células cancerígenas, plástico biodegradável de amido de milho e feijão instantâneo.
Entre as 20 primeiras colocações estão outras instituições de ensino, como a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em 10º lugar, e a Universidade de São Paulo (USP), em 13º. Hoje, a 1ª empresa privada do ranking de patentes é a Arno, de eletrodomésticos, 3ª colocada na classificação, com 148 pedidos.
O fato de o primeiro lugar em pesquisas no País estar agora sendo ocupado por uma universidade, a Unicamp, revela o empenho e o alto nível de suas pesquisas . Mas o que é motivo de orgulho para uma universidade estadual como a Unicamp deveria ser razão de vergonha para as empresas privadas nacionais, que não investem em seu próprio futuro, o que se reflete na falta de patentes."Faltam políticas de longo prazo para estimular as empresas", diz uma diretora do Inpi, Maria Beatriz Amorim Páscoa.
Em países como os EUA, a realidade é outra: a Universidade da Califórnia, uma das mais importantes do mundo, aparece apenas em 44º lugar no ranking das patentes, liderado por empresas privadas. Em 2003, a Coréia do Sul obteve 4.132 patentes nos EUA, a China 424, a Índia 355, e o Brasil, 180. Enquanto 83% de nossos mestres e doutores estão nas universidades, na Coréia do Sul eles são 39% porque grande parte está nas empresas. "Estamos bem em ciência, e mal em tecnologia", diz Maria Beatriz.
Para o diretor científico da FAPESP, Henrique Brito Cruz, " faltam condições para as empresas." Para promover a pesquisa, a Unicamp criou em 2003 a Agência de Inovação (Inova). Seu diretor, Roberto Lotufo, diz que o número de patentes depositadas pela agência já é o dobro do que diz o relatório do Inpi. "Foram 66 depósitos em 2005."
Não é por acaso que os dois primeiros lugares da lista são ocupados pela Unicamp e pela Petrobras. Elas mantêm cooperação desde 1987, quando foi criado o Centro de Estudos do Petróleo (Cepetro). O laboratório ajuda nas pesquisas da estatal. "Do Cepetro já saíram mais de 250 mestres e doutores hoje na Petrobrás", diz Saul Suslick, diretor do centro de pesquisas.