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UNICAMP - EX-ALUNOS FATURAM MILHÕES POR ANO COM SUAS EMPRESAS

Publicado em 16 setembro 2002

Por Francisca Stella Fagá
De meados da década de 80 até hoje, pelo menos 10 empresas de alta tecnologia foram criadas por ex-alunos do Instituto de Física da Universidade de Campinas (Unicamp), segundo levantamento preliminar feito pelo reitor Carlos Henrique de Brito Cruz. Esse grupo de empresas inclui a líder do mercado brasileiro de fibras óticas XTAL Fiber Core Brasil, adquirida pelo grupo norte-americana Fiber Core, e fornecedoras do setor de telecomunicações, como a AsGa S.A.. O resultado desse levantamento animou Brito Cruz a estender a pesquisa aos ex-alunos dos demais departamentos da Unicamp. "O mapa mostra à sociedade, ao governo e aos próprios alunos um efeito pouco percebido, embora importante, do ensino universitário", diz Brito Cruz. Desde fevereiro, quando assumiu o cargo de reitor, depois de ter presidido por seis anos a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São (Fapesp), Brito Cruz está 'caçando' ex-alunos para descobrir quais deles montaram empresas depois que saíram da universidade. Juntas, as empresas já identificadas devem faturar o equivalente ao orçamento anual da Unicamp, R$ 600 milhões, estima o reitor com base em levantamentos preliminares já realizados. As oriundas de ex-alunos do Instituto de Física devem faturar R$ 330 milhões. Nada comparável ao diagnóstico do prestigiado Massachusetts Institute of Technology (MIT): somados, os faturamentos das empresas iniciadas por seus ex-alunos representavam a 24ª maior economia do mundo, segundo levantamento concluído em 1996 pelo instituto. "Mas já é um bom começo", diz Brito. Outra determinação de Brito Cruz é acelerar o processo de indução de empreendimentos por alunos e ex-alunos da universidade. A maior parte das empresas criadas até agora formaram-se espontaneamente. A partir de agora, isso deve mudar com a disseminação de incubadoras de empresas e outras iniciativas. Em fevereiro deste ano foi criada na Unicamp uma incubadora de empresas especializadas em software. O programa resultou de uma parceria da universidade com o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e o Softex e que já formou uma primeira turma de nove empresas incubadas. WEB SITE Para rastrear os negócios originados de ex-alunos da Unicamp, Brito Cruz deu início à uma pesquisa que segue metodologia semelhante à que ele adotou para rastrear os negócios surgidos do Instituto de Física, que por sua vez baseou-se na sistemática adotada pelo MIT. O mapeamento da Instituto de Física teve início com a criação de um web site, no endereço www.ifi.unicamp.br/ccdjr/exalunos, que convidava - e ainda convida - os ex-alunos a se cadastrarem e a prestarem informações sobre os seus negócios. Cerca de 25% dos ex-alunos já deram retomo, calcula o reitor. As empresas identificadas são do setor de telecomunicações, como a Fotônica Tecnologia Óptica, Optron Micromecânica ótica, Unilaser Indústria e Comércio e a Korn Lux.