De meados da década de 80 até hoje, pelo menos 10 empresas de alta tecnologia foram criadas por ex-alunos do Instituto de Física da Universidade de Campinas (Unicamp), segundo levantamento preliminar feito pelo reitor Carlos Henrique de Brito Cruz.
Esse grupo de empresas inclui a líder do mercado brasileiro de fibras óticas XTAL Fiber Core Brasil, adquirida pelo grupo norte-americana Fiber Core, e fornecedoras do setor de telecomunicações, como a AsGa S.A..
O resultado desse levantamento animou Brito Cruz a estender a pesquisa aos ex-alunos dos demais departamentos da Unicamp. "O mapa mostra à sociedade, ao governo e aos próprios alunos um efeito pouco percebido, embora importante, do ensino universitário", diz Brito Cruz.
Desde fevereiro, quando assumiu o cargo de reitor, depois de ter presidido por seis anos a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São (Fapesp), Brito Cruz está 'caçando' ex-alunos para descobrir quais deles montaram empresas depois que saíram da universidade. Juntas, as empresas já identificadas devem faturar o equivalente ao orçamento anual da Unicamp, R$ 600 milhões, estima o reitor com base em levantamentos preliminares já realizados. As oriundas de ex-alunos do Instituto de Física devem faturar R$ 330 milhões.
Nada comparável ao diagnóstico do prestigiado Massachusetts Institute of Technology (MIT): somados, os faturamentos das empresas iniciadas por seus ex-alunos representavam a 24ª maior economia do mundo, segundo levantamento concluído em 1996 pelo instituto. "Mas já é um bom começo", diz Brito.
Outra determinação de Brito Cruz é acelerar o processo de indução de empreendimentos por alunos e ex-alunos da universidade. A maior parte das empresas criadas até agora formaram-se espontaneamente. A partir de agora, isso deve mudar com a disseminação de incubadoras de empresas e outras iniciativas.
Em fevereiro deste ano foi criada na Unicamp uma incubadora de empresas especializadas em software. O programa resultou de uma parceria da universidade com o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e o Softex e que já formou uma primeira turma de nove empresas incubadas.
WEB SITE
Para rastrear os negócios originados de ex-alunos da Unicamp, Brito Cruz deu início à uma pesquisa que segue metodologia semelhante à que ele adotou para rastrear os negócios surgidos do Instituto de Física, que por sua vez baseou-se na sistemática adotada pelo MIT.
O mapeamento da Instituto de Física teve início com a criação de um web site, no endereço www.ifi.unicamp.br/ccdjr/exalunos, que convidava - e ainda convida - os ex-alunos a se cadastrarem e a prestarem informações sobre os seus negócios. Cerca de 25% dos ex-alunos já deram retomo, calcula o reitor.
As empresas identificadas são do setor de telecomunicações, como a Fotônica Tecnologia Óptica, Optron Micromecânica ótica, Unilaser Indústria e Comércio e a Korn Lux.
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DCI