Cientistas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) estudaram a água da chuva das cidades paulistas de Campinas Brotas e São Paulo (capital) e descobriram níveis consideráveis de agrotóxicos , incluindo substâncias proibidas . Foram três anos de pesquisas, indo de 2019 a 2021.
Publicada inicialmente em repositório da Unicamp , em 2021, a análise rendeu uma publicação internacional na revista científica Chemosphere em 2025. Divulgadas pela FAPESP , informações sobre os estudos indicam que o uso da água das três cidades para abastecimento dos moradores deve ser feito cautelosamente.
Agrotóxicos na água
Entre as cidades estudadas, Campinas foi a que teve a maior concentração de agrotóxicos observada, incluindo fungicidas herbicidas e inseticidas . São 701 µg/m² ( microgramas por metro quadrado), seguido por Brotas , com 680 µg/m² , e São Paulo, com 223 µg/m²
A relação entre a proporção de agrotóxicos e a extensão do cultivo agrícola nas regiões é direta. A produção ocupa quase metade dos 795 km² do município de Campinas dos 1.101 km² de Brotas e dos 1.521 km² de São Paulo . Catorze tipos diferentes de agrotóxicos foram identificados, incluindo o herbicida atrazina , proibido no Brasil — ele estava presente em todas as três cidades.
Segundo Cassiana Montagner , coordenadora do estudo, contou à Revista FAPESP a ideia de que a água da chuva é limpa e própria para consumo é enganosa. Estudos como o feito pela Unicamp ajudam a mostrar os perigos de consumir o líquido , alertando a população acerca da presença de agrotóxicos e outros poluentes prejudiciais à saúde humana.
Por Lillian Sibila Dala Costa
Fonte: Chemosphere Unicamp , FAPESP via Agência Brasil