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A Cidade On (Campinas, SP)

Unicamp descobre enzima que degrada plástico

Publicado em 23 abril 2018

A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) divulgou nesta segunda-feira (23) uma descoberta importante para ajudar a reverter os danos provocados por parte do lixo plástico descartado no ambiente. Os pesquisadores da Universidade desenvolveram uma enzima, denominada PETase, que degrada com eficiência o PET.

Atualmente, metade da produção anual brasileira de PET, estimada em 550 mil toneladas, não é reciclada e tem como destino os aterros, lixões e rios.

O grupo da Unicamp trabalhou junto com cientistas de fora do país. O trabalho reúne pesquisadores da Universidade de Portsmouth (Reino Unido), do Laboratório Nacional de Energias Renováveis (NREL, Estados Unidos) e da Unicamp, mais especificamente do Centro de Pesquisa em Engenharia e Ciências Computacionais (CCES, na sigla em inglês um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) financiados pela Fapesp), sediado no Instituto de Química (IQ) da Universidade.

EM CAMPINAS

Da Unicamp, participaram diretamente da pesquisa o pós-doutorando Rodrigo Leandro Silveira e seu supervisor, o professor Munir Skaf, que também responde pela direção do CCES e pela Pró-Reitoria de Pesquisa (PRP). Rodrigo conta que o trabalho teve início após a descoberta, por uma equipe japonesa, em 2016, de uma bactéria encontrada na natureza batizada de Ideonella sakaiensis.

Ao analisar o organismo, os japoneses constataram que ele utilizava o PET como fonte de energia. Numa linguagem mais popular, a bactéria "devorava" o plástico em poucos dias, processo que a natureza levaria dezenas de anos para fazer.

Os cientistas verificaram também que a responsável pelo processo de degradação do polímero era a PETase. A partir desse ponto, a investigação entrou numa segunda etapa, envolvendo os outros três centros de pesquisa.

COMIDA DE ENZIMA

O professor Skaf esclarece, porém, que a ação da PETase não faz com que polímero desapareça completamente. Sobram pequenas moléculas, que podem ser transformadas em matéria-prima para a fabricação de inúmeros produtos, que vão desde fármacos até biocombustíveis.

DA UNICAMP PARA O MUNDO

Na avalição do pró-reitor de Pesquisa, Munir Skaf, ações colaborativas como a pesquisa em torno da PETase são muito importantes porque contribuem para o esforço de internacionalização da Universidade.

A íntegra do texto pode ser acessada neste endereço eletrônico: http://www.pnas.org/content/early/2018/04/16/1718804115.

Com informações do Jornal da Unicamp.