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Unicamp avalia desempenho ambiental de usinas de álcool (1 notícias)

Publicado em 27 de janeiro de 2000

Por Por Liana John - Agência Estado
Campinas - O álcool polui menos do que a gasolina, contribui menos para o efeito estufa e é um recurso energético renovável. Isso todo mundo sabe. Mas até que ponto a produção do álcool - da plantação da cana-de-açúcar até a saída da destilaria - tem um bom desempenho ambiental? Esta foi a base da tese do economista cubano Manoel Antonio Valdés Borrero, que concluiu há uma semana sua tese de doutorado na Universidade Estadual de Campinas, Unicamp (http://www.fem.unicamp.br), no Departamento de Planejamento de Sistemas Energéticos. Borrero analisou os dados econômicos e parâmetros de gestão ambiental de três usinas paulistas, localizadas em Paulínia, Piracicaba e Sertaozinho. Os dados analisados correspondem a 10 anos de operação destas usinas, na produção de álcool. "Um dos resultados obtidos é uma metodologia de avaliação do desempenho ambiental na cadeia produtiva do setor alcooleiro, agrupando parâmetros anteriormente tratados de forma dispersa", observa Manoel Borrero. A pesquisa levou 3 anos para ser concluída e abrange 10 anos de operação das usinas, de 1987 a 1997. Contou com financiamento total de cerca de 50 mil reais, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, Fapesp (http://www.fapesp.br), e colaboração da Embrapa Monitoramento por Satélite (htttp://www.nma.embrapa.br) e da Companhia de Tecnologia de Saneamento de São Paulo, Cetesb (http://www.cetesb.br). As conclusões de Borrero reforçam algumas teses bem conhecidas, mas também trazem novos dados sobre os quais o setor deve refletir. Entre as teses conhecidas, as queimadas pré-colheita ainda constituem o maior impacto ambiental na produção do álcool, devido à emissão de gases, emissão de material particulado e perda de fertilidade orgânica do solo. A colheita mecanizada sem queima ainda é incipiente, mas coincide com as usinas que apresentam produtividade crescente. Nas usinas onde só se colhe cana queimada, a produtividade é estável ou decrescente. Uma surpresa, para Borrero, foi verificar que a relação do número de empregados por hectare de cana colhida tem caído nas usinas onde ainda se colhe cana queimada e aumentado onde se faz colheita mecanizada de cana crua, jogando por terra o falso antagonismo dos benefícios ambientais e sociais. As usinas que adotaram rotação ou intercalação de culturas (amendoim, feijão ou soja) também tem produtividade crescente. A conservação do solo, de modo geral, foi considerada boa. Não há grandes sinais de erosão nas culturas de cana. E a expansão da área cultivada já não se faz mais sobre áreas de vegetação natural. Ao contrário, o estudo do economista cubano registrou áreas de cana substituídas por reflorestamentos com essências nativas. Por outro lado, o uso de resíduos sólidos e líquidos como fertilizantes, não corresponde a uma queda no uso de insumos químicos. Quer dizer, embora tenha o grande mérito de livrar os rios da poluição por vinhoto, seu reaproveitamento (e dos resíduos sólidos, como torta de filtro, cinzas e fuligem das caldeiras) no solo não elimina o risco de contaminação ambiental por agrotóxicos e excesso de fertilizantes químicos. E mais: o uso destes é crescente e não corresponde a um aumento de produtividade. Além disso, o uso do vinhoto como fertilizante está efetivamente restrito a poucas áreas - por questões econômicas e físicas. Cresce a cada ano a quantidade de vinhoto produzida, mas as áreas que o recebem são as mesmas, tendendo à saturação, com risco de contaminação do lençol freático. Segundo Borrero, a distribuição do vinhoto no campo é restrita a áreas próximas à usina - dado o alto custo de transporte - e de relevo favorável, limitando-se a 5% do total de vinhoto produzido, em média. Os outros 95%, juntam-se às águas servidas para usos internos na produção industrial (sobretudo resfriamento), contribuindo para a positiva redução no consumo de água externa à usina. As usinas são praticamente auto-sustentáveis em termos energéticos, com o uso do bagaço de cana nas caldeiras. A fuligem produzida pela queima do bagaço é bem resolvida com o uso obrigatório de lavadores de gases nas chaminés. Maiores informações com Manoel Borrero na homepage sobre pesquisas de cana (http://www.nma.embrapa.br/projetos/cana/index.html) ou através do email mavaldes@fem.unicamp.br ou ainda nos telefones (19) 7883262 e 7883264 IPT OFERECE SOFTWARE ON-LINE PARA CONTROLE DE CALDEIRAS A operação de caldeiras industriais e geração de vapor através da queima de combustíveis sólidos, líquidos, gasosos ou de suas misturas exige uma rotina de cálculos, agora simplificados com o uso de um software, especialmente desenvolvido pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas, IPT (http://www.ipt.br) e disponível via Internet. Chamado de Caldeira 4, o software facilita a otimização da queima, proporcionando maior eficiência energética e a conseqüente redução na emissão de poluentes e particulados na atmosfera. O programa incorpora ferramentas capazes de trabalhar com unidades de medida mistas, analisar individualmente os combustíveis e editar valores na forma de equações aritméticas, tanto no sistema operacional MS Windows (de 95 a 98) como NT. Maiores informações e encomendas pelo telefone (11) 37674520 ou na homepage da Divisão de Mecânica e Eletricidade, DME (http://www.ipt.br/ dme/aet).