De 21 a 24 de maio ocorre a 3º Reunião Semestral da Rede Acadêmica ANSP (Academic Network at São Paulo). Nesta edição, o encontro traz como tema 'Smart Networks: em breve, em um laboratório perto de você!'. A idéia do evento é estimular o intercâmbio de experiências e ferramentas entre as universidades e empresas atuantes no mercado de informação. Este ano o encontro ocorre na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Carlos Coletti, coordenador do grupo de redes da Unesp, falará dos novos rumos da Internet com o IPv6 e dos desafios das redes acadêmicas para atender os novos perfis de usuários. Coletti contará a experiência da Unesp na migração para o IPv6, das técnicas usadas, decisões, dificuldades e planos futuros. O IPv6, nova versão de protocolo de Internet, foi habilitado nas máquinas dos funcionários da reitoria e nos servidores do portal da universidade no ano de 2010, e desde então o novo protocolo de endereçamento faz parte do sistema de computação da universidade inteira.
'O perfil dos usuários das redes acadêmicas mudou - se comparado com o início dos anos 2000 -, a quantidade de aplicações e dispositivos conectados à rede cresceu exponencialmente, os laboratórios didáticos de informática tem se esvaziado, cedendo lugar aos dispositivos móveis trazidos pelos alunos', explica Coletti. 'Há necessidade de buscar soluções para que a rede consiga atender satisfatoriamente a nova demanda', finaliza.
Adriano Cansian, professor do Departamento de Ciência da Computação, da Unesp de São José do Rio Preto, irá expor sobre as questões estratégicas de segurança que nos afligem nos dias atuais. 'Vou discutir as questões relacionadas com as ameaças cibernéticas em redes de computadores, envolvendo eventos que ocorreram entre 2010 e 2012', explica. O professor destaca que o foco de sua apresentação será a ciberguerra, ciberterrorismo e ciberespionagem, e sua perspectiva histórica, a fim de compreender os fenômenos em sua totalidade, e não apenas suas partes individuais.
'As ameaças cibernéticas são muito mais do que apenas uma questão de defesa da sociedade, mas também um problema de áreas que devem ser integradas em termos de componentes da infra-estrutura de missão crítica de uma nação', diz o professor. Para isso, serão usados como exemplo os viruses Stuxnet, DuQu e Flame. Cansian conta que também falará sobre como os efeitos da nova ordem global das ciberameaças atingem o Brasil e quais são seus efeitos nas redes acadêmicas atualmente.
Rogério Luiz Iope, físico e integrante do Núcleo de Computação Científica (NCC) da Unesp, em São Paulo, falará sobre o Openflow na Rede Cern (Centro Europeu de Pesquisas Nucleares). Ele conta que apresentará, do ponto de vista tecnológico, o LHC (Large Hadron Collider) e o Cern. A fala abrange ainda o WLCG (Worldwide LHC Computing Grid); a rede mundial de processamento de dados ligada ao LHC; sua estrutura atual e as redes de ensino e pesquisa que dela participam, incluindo a ANSP. 'Vou detalhar a participação da Unesp nessa colaboração mundial, por meio do Sprace, apresentando as conexões de rede e como ela se integra no WLCG via ANSP'. Ele finalizará falando da utilização do OpenFlow e a possível participação em um testbed internacional (via ANSP e Internet2).
ANSP
A rede foi criada em 1988 e é formada por 56 entidades de educação, pesquisa, além de empresas na área de Tecnologia da Informação. Financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), atende todo o Estado. Por meio da Embratel e da Secretaria Especial de Informática (SEI), instalou uma conexão de 4800 bps (bits por segundo) entre os Estados Unidos (Fermilab, Illinois) e o Brasil (Estado de São Paulo).