Pesquisadores do Departamento de Química da Faculdade de Ciências da Unesp de Bauru (SP), com apoio da Fapesp, conseguiram produzir etanol a partir do caroço do abacate. O projeto original se destinava à produção de biodiesel, mas em laboratório o tratamento do caroço demonstrou, por meio de hidrólise enzimática, a possibilidade de geração de álcool.
As estimativas projetam uma produção inicial de 24 l/t, média considerada baixa, mas que poderá ser ampliada para 74 l/t por meio da hidrólise alcalina ou ácida, rendimento comparável ao da cana. Também terão que ser desenvolvidos um despolpador e uma centrífuga mais adequados. Os parâmetros utilizados no experimento atenderam requisitos de normas da ANP.
Já em relação à etapa de extração de biodiesel, também bem-sucedida graças ao teor de óleo da fruta – entre 5% a 30% –, alcançou-se uma projeção de até 2,8 mil l/ha de abacate. Trata-se de um volume bastante elevado, levando em conta que a soja rende de 440 a 550 l/ha e a mamona 740 a 1 mil l/ha.
O Brasil é terceiro maior produtor mundial de abacate, com cerca de 500 milhões de unidades/ano. São ao todo 24 espécies encontradas em praticamente todos os estados e que frutificam a cada três meses. (A.C.S.)