A Universidade Estadual Paulista (Unesp) foi a instituição escolhida para liderar o Centro de Pesquisa em Engenharia – Fitossanidade, que terá como principal missão solucionar de forma eficiente o controle de pragas e doenças que prejudicam a produção de cana-de açúcar , importantíssima para a economia brasileira.
Serão 31 pesquisadores, de nove instituições diferentes, sendo 18 deles da própria Unesp. O trabalho terá um aporte de aproximadamente R$ 8 milhões durante os cinco primeiros anos de financiamento, com metade dos valores pagos pela Fapesp e a outra metade pelo Grupo São Martinho; o financiamento pode ser prorrogado, posteriormente, por mais 5 anos.
“O principal objetivo desses centros é desenvolver pesquisas inovadoras, formar recursos humanos, desenvolver talentos e ser um centro de referência internacional. O Grupo São Martinho contatou a Fapesp com demandas na área de fitossanidade de cana-de-açúcar, com destaque para problemas com insetos pragas e doenças, elencou uma série de perguntas e demandas que o grupo e o setor possuem e nós percebemos que tínhamos a competência e a expertise necessárias para responder esses questionamentos e atender essa demanda”, explicou o professor Odair Aparecido Fernandes, do Departamento de Fitossanidade da Faculdade de Ciências Agronômicas e Veterinárias (FCAV) , do campus de Jaboticabal da Unesp, que coordenará o novo Centro de Pesquisa.
O centro de Pesquisa em Engenharia liderado pela Unesp trabalhará em conjunto com um grupo internacional de pesquisadores experientes na cultura de cana-de-açúcar e, principalmente, no controle de pragas e doenças. Este grupo será responsável por avaliar o trabalho desenvolvido no centro de pesquisa.
“É uma parceria com um grupo nacional importante, em um segmento no qual o Brasil é muito competitivo, que é o sucroenergético. Considero esse centro estratégico, pois vai colocar um segmento da indústria importante para o país e com forte ligação com São Paulo em conexão com uma universidade que é líder na área de ciências agrárias”, afirma o pró-reitor de pesquisa da Unesp, professor Carlos Graeff. “O efeito disso é muito positivo, de melhoria não só para o centro de pesquisa em si, mas com certeza para todo o ambiente que o envolve”, destaca o docente.
A proposta selecionada pela Fapesp e pelo Grupo São Martinho contou com o apoio da Pró-Reitoria de Pesquisa da Unesp (Prope) e da Agência Unesp de Inovação (Auin), além de envolver parcerias da FCAV com o campus de Sorocaba da Unesp, o Centro de Cana de Ribeirão Preto do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), a Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), ligada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado, a Esalq-USP, a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a Unifran (Franca), a Uniso (Sorocaba) e a Cooperativa Agroindustrial (Coplana), localizada na cidade de Guariba, que será responsável pela transferência de tecnologia para o setor sucroenergético.
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“O centro de pesquisa em engenharia vai deixar os alunos em contato direto com o setor produtivo e fará os professores trabalharem pensando em desenvolver produtos e processos, e não só na ciência básica. É um modelo de parceria inovador e que prevê um retorno rápido para a sociedade, com possibilidade de geração de propriedade intelectual, que seria compartilhada entre a Unesp e a empresa, e treinamento de mão de obra, porque os alunos que trabalharão neste centro terão grandes chances de ser contratados depois”, destaca o professor Wagner Valenti, diretor da Agência Unesp de Inovação (Auin).
A expectativa do reitor da Unesp, Sandro Roberto Valentini, é que a aprovação do primeiro centro de pesquisa em engenharia sob liderança da universidade inspire outras iniciativas no mesmo sentido na instituição de ensino.
Fonte: IG ECONOMIA