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Uneal emite nota oficial acerca do Ranking Universitário da Folha (1 notícias)

Publicado em 22 de setembro de 2016

A Universidade Estadual de Alagoas, por meio desta nota, manifesta-se acerca do Ranking Universitário da Folha, o RUF. Primeiramente, é oportuno observar que a Uneal, assim como quaisquer outras universidades do Brasil, é avaliada conforme define a Lei do Sinaes pelo Inep/MEC, onde obteve, em nossa última avaliação, Índice Geral de Cursos (IGC) igual a 3, o que possibilitou a consolidação de uma política de pós-graduação Stricto Sensu própria, com a aprovação do nosso primeiro mestrado. Além disso, o índice obtido abre espaço para crescermos ainda mais, com um doutorado interinstitucional que qualifica nossos servidores e que se reverterá em melhoria no ensino de graduação e na pesquisa, impulsionando ainda a extensão. Nada disso aparece nos critérios definidos pela Folha.

Também não aparece nos critérios da Folha que a Uneal possui o menor orçamento dentre as instituições públicas de educação superior e, ainda assim, além de alcançar, nos exigentes critérios de avaliação do Inep/MEC, um IGC 3, forma índios para atuarem em suas aldeias, forma centenas de servidores públicos para o exercício mais eficiente e qualificado de sua função, forma profissionais em educação do campo e forma profissionais em várias áreas do conhecimento no interior do Estado há mais tempo que a nossa federal. Mas segundo os critérios da Folha, a Uneal pode ser comparada em igualdade de condições físicas e financeiras com uma USP e seus pouco mais de 6.000 professores e um orçamento previsto que ultrapassa os 5,2 bilhões de reais para este ano (quase a receita prevista para o exercício financeiro do Estado de Alagoas em 2016, que chega a pouco mais de 8,4 bilhões de reais).

O RUF adota parâmetros de avaliação com pontuação arbitrária: pesquisa científica, 42 pontos; qualidade de ensino, 30 pontos; mercado de trabalho, 18 pontos; internacionalização, 4 pontos; inovação, 4 pontos.

No critério “pesquisa científica”, o que pesa são números, quer seja de trabalhos científicos publicados, citações em artigos científicos, quantidade de publicações e citações de docentes e proporção de docentes com bolsa produtividade no CNPq. Somente nesse critério, e apenas nos restringindo ao Estado de Alagoas, a Ufal tem quase 1.800 professores, a maioria com doutorado e com uma estrutura oferecida nos últimos anos pelo governo federal que não se pode comparar com a da Uneal, com seus parcos investimentos de custeio. A USP? Somente ela tem um pouco mais de seis mil professores e uma Fapesp que investe muito mais eficientemente que o CNPq em suas inúmeras pesquisas de ponta. Somente aí se percebe o abismo em que se encontra a Uneal, quando comparada de forma descontextualizada e tendenciosa.

Quanto ao critério “qualidade de ensino”, como está lá no próprio site da Folha, foram realizadas entrevistas com docentes qualificados como avaliadores do MEC e esses “profissionais são ouvidos sobre as ‘três melhores instituições do país’ nas áreas em que fazem avaliação”. Não está claro quais os critérios para a definição dessas “três melhores instituições do país” e, é bom observar, dificilmente essas três sairiam da região Sudeste do País, mais rica e onde se concentram os maiores investimentos públicos no ensino superior.

Já com relação ao critério “mercado de trabalho”, também como informa o próprio site da Folha, ocorreram entrevistas com profissionais do mercado (de empresas, hospitais, consultórios, escolas e afins), onde esses profissionais “são ouvidos sobre as três melhores instituições nas áreas em que contratam”. Vê-se que até nesse quesito o mecanismo é excludente.

E quanto ao critério “internacionalização”, a Uneal instituiu apenas em abril deste ano o seu Escritório de Relações Internacionais, sob a coordenação da professora Valéria Maria Lima Campos, do Campus IV. Assunto recente e que não poderia constar na avaliação. E ainda assim, é um elemento difícil de se comparar quando se colocam critérios iguais para avaliar instituições em condições tão desiguais.

Finalmente, com relação ao critério “inovação”, a Uneal não desenvolve pesquisa que gere patente, que é o critério para esse item. Portanto, salvo em casos muito específicos, dificilmente teremos esse item contemplado.

Assim, o resultado da referida pesquisa não é reconhecida pela Universidade Estadual de Alagoas que continua aguardando a avaliação periódica e criteriosa do Inep/MEC, com o qual tem conseguido atrair investimentos que possibilitam o engrandecimento da instituição, favorecendo que ofereçamos um serviço de melhor qualidade e sempre mais qualificado.

Fonte: Ascom Uneal