Três meses antes de chegar a Saturno, a espaçonave Cassini fotografou o momento em que duas tempestades se fundiam em uma única. O fenômeno havia sido observado pelos astrônomos apenas uma vez anteriormente, em 1981
'A união de tempestades é comum em Saturno', disse Andrew Ingersoll, professor de ciência planetária do Instituto de Tecnologia da Califórnia e integrante da equipe de imagens da missão Cassini-Huygens.
'Na Terra, tempestades duram em média uma semana e geralmente desaparecem quando entram em uma fase madura na qual não conseguem mais extrair energia dos arredores. Em Saturno, as tempestades duram meses, anos ou até mesmo séculos. Em vez de sumirem, elas continuam ativas ao se fundirem com outras.'
Com diâmetros de aproximadamente 1 mil quilômetros, as duas tempestades foram fotografadas enquanto se moviam em direção a oeste, em relação à rotação do interior de Saturno. A fusão ocorreu nos dias 19 e 20 de março. A tempestade que veio do sul estava a 11 m/s, quase o dobro da velocidade da outra, que vinha do norte a 5 m/s.
Uma fusão de tempestades em Saturno havia sido observada em agosto de 1981, durante a passagem da Voyager pelo planeta. Dessa vez, os astrônomos se impressionaram não apenas com a nitidez das novas fotos, mas pelo fato de a Cassini estar ainda distante do planeta. 'Apesar de estarmos muito satisfeitos com os resultados, sabemos que o melhor ainda está por vir', disse Ingersoll.
A Cassini-Huygens é uma missão da Nasa, a agência espacial norte-americana, em conjunto com as agências espaciais européia e italiana.
Além da nave Cassini, o projeto conta com a sonda Huygens, que deverá pousar em Titã, o maior satélite de Saturno.
Mais informações no site: http://saturn.jpl.nasa.gov
(Agência Fapesp, 13/4)
JC e-mail 2503, de 13 de Abril de 2004.
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Jornal da Ciência online