No coração da Universidade de São Paulo (USP) nasce um grande projeto imobiliário - um parque. Com uma área de 21 mil m e investimento inicial na ordem de R$ 2,6 milhões, o novo modelo chega ao "mercado" com inovação e competitividade. É dentro do campus do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) que em dois meses começa a implantação de um parque tecnológico.
Segundo Rodrigues, membro do comitê consultivo do Uniemp - Fórum Permanente das Relações Universidade-Empresa e superintendente do Ipen, a construção inicia-se a partir da liberação da verba por parte dos governos estadual e federal e deverá estar pronta em um ano. Cada órgão desembolsará 50% do aporte inicial.
Este projeto, que chega para fomentar a inovação tecnológica brasileira, tem o apoio do Instituto Uniemp. De acordo com Maurício Prates, diretor de novos projetos do Uniemp, o Instituto atuará como gestor de oportunidades. "O Instituto coloca em sinergia as empresas, universidades e governo. Ele ajudará a unir forças", diz.
AMPLITUDE
O objetivo dos idealizadores é que esse formato de parque seja mais amplo e completo. "O parque será uma sucessão do Centro Incubador de Empresas Tecnológicas (Cietec)", afirma Rodrigues. Hoje a incubadora abriga mais de 100 empresas. "A empresa que apresenta sucesso no Cietec, mas que ainda necessita de apoio para se firmar no mercado poderá contar com a estrutura do parque tecnológico", diz Rodrigues.
Essas empresas estão estruturadas no condomínio empresarial, um dos núcleos do empreendimento. Os outros núcleos são o centro de modernização empresarial e o centro de pesquisa cooperativa.
Segundo Prates, no condomínio ocorrerá a gestão da manutenção das empresas no mercado para evitar a mortalidade precoce delas. "A empresa tem de ser protegida das intempéries do mercado."
No centro de modernização, o foco é a gestão empresarial. As empresas receberão orientação em relação ao risco do negócio, capital de giro, exportação, gestão da qualidade e ambiental. "A empresa cujo negócio depende de exportação receberá assessoria nesta área, por exemplo", afirma Prates.
O terceiro núcleo será o centro de pesquisa, que funcionará integrado aos demais. Neste núcleo estão inseridas as empresas de médio ou grande porte que estejam em processo de pesquisa e desenvolvimento (P&D) de produto. "Elas montam uma filial dentro do próprio centro, diz Prates. Uma das grandes vantagens do desenvolvimento de pesquisas dentro do parque é a proximidade com Ipen. "A pesquisa no centro é um upgrade no serviço. O empresário deixa de investir na verticalização", comenta Rodrigues.
PROJETOS INOVADORES
A vocação desse parque será multidisciplinar, o quesito é que as empresas tenham projetos inovadores e empreendedores. "A empresa tem de estar integrada a todas as tecnologias em sua área de atuação no mercado nacional e internacional", comenta Rodrigues
Tanto Rodrigues como Risola afirmam que o parque tecnológico vai valorizar uma região. No caso de São Paulo, segundo Rodrigues, o parque tecnológico será um cartão de visita para a cidade quando for ampliado. Ele acredita que esse empreendimento dará uma nova vocação a região. A instalação do parque dentro da Universidade de São Paulo tem um grande significado. "A USP gera 30% do conhecimento científico do Brasil", diz. Ele cita um exemplo na Espanha que modificou a região com a implantação de um parque tecnológico. "Na Galícia havia uma região degradada e houve a implantação de um parque tecnológico no lugar onde existia uma estrada. Hoje é unanimidade que o parque é melhor que a estrada."
Há muitos parques em funcionamento na Europa e Estados Unidos. Só no Brasil, de acordo com Risola, existem 22 parques em processo de implantação.
Notícia
Gazeta Mercantil