Notícia

Gazeta Mercantil

Um "cheque" para a rede

Publicado em 30 agosto 1995

Por da AP/Dow Jones
Um grupo de empresas da área de tecnologia e vários grandes bancos estão planejando desenvolver um sistema eletrônico de pagamento de cheques para utilização na Internet, informou The Wall Street Journal da semana passada. O grupo, parte de um Consórcio de Tecnologia de Serviços Financeiros reuniu mais de 21 empresas, inclusive o Citicorp, o BankAmerica Corp., a International Business Machines Corp. e a Sun Microsystems Inc., para oferecer o novo sistema de pagamento. Em conjunto, elas esperam testar um protótipo do sistema em 1996, permitindo aos usuários da rede global de computadores pagar aos comerciantes ou até mesmo aos amigos com cheques eletrônicos a partir de seus computadores. O pagamento com cheque eletrônico "é a conexão que falta ao home banking," afirmou John Doggett, diretor do setor de tecnologia do Bank of Boston Corp., um membro do consórcio. "A idéia aqui é fazer transações espontâneas... para proporcionar as pessoas físicas e às pequenas empresas a capacidade de ter um banco na sua mesa." O sistema eletrônico poderia reduzir quase US$ 53 bilhões gastos anualmente em processamento de cheques em forma de papel. "Nós encaramos isso como a substituição de 63 bilhões de cheques emitidos todos os anos." afirmou Adam Backenroth, vice-presidente de planejamento tecnológico do Chemical Banking Corp., outro membro do consórcio."Isso reduz os custos do cheque em forma de papel," que é manuseado 12 vezes, em média, antes de sair do banco. Muitas empresas estão trabalhando sobre uma forma ou outra de pagamento eletrônico via Internet, seja com dinheiro, cartão de crédito ou cheque. Empresas como a DigiCash NA, a Terisa Systems Inc., a Cybercash Inc., a Checkfree Corp., e todas importantes empresas da área de cartões de crédito estão desenvolvendo systemas de pagamentos eletrônicos. Doggett do Bank of Boston disse que o sistema é destinado a "estrada mais difícil" - a Internet, há muito criticada pela ausência de segurança - mas poderia funcionar em redes privadas também. Ele afirmou que o sistema implementaria um cartão para computador ou "cartão inteligente", que seria resistente à fraude e daria alarmes se fosse adulterado. Os usuários solicitariam uma compra a um comerciante via Internet e inseririam o cartão nos seus computadores, que depois incluiriam a fatura e as informações sobre o pagamento num "envelope" de proteção eletrônica. Depois o usuário enviaria o cheque eletrônico ao comerciante, que, por sua vez, o mandaria ao seu banco para compensação por intermédio das redes bancárias existentes. Doggett agregou que o sistema seria flexível o suficiente para movimentar cheques em moeda estrangeira ou cheques administrativos. O sistema necessitaria de aprovação regulatória, mas ele observou que uma grande experiência poderá estarem andamento até 1996.