A constante busca dos micros, pequenos e médios empresários brasileiros pelo aumento da competitividade, do faturamento e do lucro choca-se, frequentemente, a uma dura realidade: o envelhecimento de sua linha de produtos, ou a falta de itens de maior ou menor complexidade tecnológica a serem oferecidos ao mercado consumidor.
No que se refere ao Estado de São Paulo, particularmente, existe um caminho para a modernização tecnológica que começa a ser cada vez mais trilhado por empresários de todos os tipos, que procuram formar parcerias com pesquisadores das mais diversas instituições paulistas de ensino e pesquisa, como, aliás, este jornal tem noticiado em sua seção "Indústria".
O caminho em questão passa pelo crivo de uma das mais produtivas entidades de incentivo à pesquisa básica e aplicada do País, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Criada em 1947, por ela passam, anualmente, centenas de projetos de pesquisadores e empresários solicitando auxílio financeiro para o desenvolvimento de suas idéias, muitas delas passíveis de gerar produtos a serem rapidamente comercializados no Brasil ou no exterior.
Nos últimos três anos, a Fapesp ocupou grande parte do noticiário, com repercussões internacionais, graças aos desenvolvimentos vinculados ao Projeto Genoma, iniciado em 1997 e que se tem desmembrado em várias outras iniciativas nesse campo, tanto objetivando resultados úteis ao agronegócios (laranja, cana), quanto na área da saúde humana (câncer).
De lá para cá, porém, ampliaram-se os horizontes por ela abertos, ganhando maior destaque, por exemplo, seu apoio a projetos empresariais, sempre vinculados a institutos de pesquisa ou a pesquisadores em atividade no Estado. E, mesmo em projetos ainda essencialmente de pesquisa, começam a acumular-se indícios de boas oportunidades práticas para empreendedores instalados em São Paulo e no País.
A Fapesp financia parte dos projetos que apóia, tendo, no ano passado, comprometido cerca de R$ 450 milhões em novos investimentos, no setor, para um total realmente desembolsado de cerca de R$ 430 milhões - muitos dos investimentos contratados num ano só são desembolsados nos exercícios seguintes. Desses valores, grande parte foi destinada a parcerias com o setor privado.
O Programa de Inovação Tecnológica em Pequenas Empresas (Pipe), por exemplo - no site de Internet
-, iniciado em meados de 1997, já conta com mais de 230 projetos aprovados em sua agenda, uma média de 38 por ano. Outra linha de apoio, o Programa Parceria para Inovação Tecnológica (Pite), lançado em 1994, computava 70 projetos aprovados até o final do ano passado.
Um terceiro campo de ação, o Programa Consórcios Setoriais para Inovação Tecnológica (ConSITec), mais recente, fechou 2002 com dois projetos aprovados - um deles do setor de cerâmica, reunindo cerca de 40 empresas do segmento. Na área da propriedade intelectual, criou-se no ano 2000 o Programa de Apoio à Propriedade Intelectual (Papi), objetivando auxiliar o pesquisador a patentear e licenciar o resultado de sua pesquisa.
Notícia
DCI