A Universidade Estadual de Londrina (UEL), localizada no norte do Paraná, está entre as três universidades brasileiras com o maior número de publicações sobre o coronavírus do Brasil. A informação foi levantada pelo Web Of Science, site de banco de dados acadêmicos, e divulgada pela Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp).
Em primeiro lugar aparece USP, com 91 estudos publicados, seguida da UNESP com 32 e da UEL com 21. O Brasil, com 217 publicações, é o 17º da lista mundial, que é liderada pelos Estados Unidos (4.400 estudos publicados), seguidos da China (2.523).
“Os dados mostram a qualidade das nossas instituições estaduais de ensino superior e nossa capacidade de produção de Ciência, Tecnologia e Inovação, que têm contribuído com o desenvolvimento do Paraná”, diz o presidente do Conselho de Pró-reitores de Pesquisa e Pós-graduação da Fundação Araucária e pró-reitor de pesquisa e pós-graduação da UEL, Amauri Alcindo Alfieri.
O presidente ainda explica que, além das publicações da UEL, originadas de pesquisas sobre o coronavírus animal, há importantes trabalhos sendo desenvolvidos no Hospital Universitário (HV/UEL). “Falando da ação mais prática, a UEL e outras universidades têm, inclusive, equipamentos para a produção de kits de diagnóstico que podem contribuir com o Governo”.
Existem várias pesquisas sobre a Covid-19 em andamento e as universidades estaduais estão formando redes de pesquisadores para intensificar estes trabalhos.
O chefe do Departamento de Microbiologia do Centro de Ciências Biológicas (CCB) da UEL, professor Galdino Andrade, explica que está sendo criado um grupo com pesquisadores de diversas áreas com diferentes estudos. Entre eles, com agentes infecciosos de importância médica e ambiental, detecção, diagnóstico e controle, incluindo a pesquisa e desenvolvimento de novos antimicrobianos (antivirais, antibacterianos, antifúngicos e antiprotozoários). Virologistas estudam a interação vírus RNA/DNA hospedeiro.
“Temos também um projeto que visa ampliar ações de enfrentamento ao Sars-CoV-2, agente etiológico da doença pelo novo coronavírus”, disse Galdino Andrade.
Universidade Estadual de Maringá
Na Universidade Estadual de Maringá (UEM) alguns pesquisadores têm atuado, principalmente, no monitoramento da evolução da Covid 19 com base em modelos descritos na literatura. Mas, segundo o chefe do departamento de Análises Clínicas e Biomedicina, Dennis Armando Bertolini, há potencial para a produção científica ter um grande avanço.
“Temos potencial para estudos de epidemiologia básica e aplicada, epidemiologia molecular, desenvolvimento de testes laboratoriais, novas tecnologias para diagnóstico laboratorial, participar de estudos clínicos para novas opções terapêuticas, descobrimento de novos medicamentos, avaliação da resposta imune e estudos da imunopatogênese viral”, afirma Bertolini.
Desafio
De acordo com Ramiro Wahrhaftig presidente da Fundação Araucária, agência de fomento à pesquisa no Paraná, o momento é crítico e requer muita ciência, muita produção de conhecimento.
“Temos acompanhado estas mobilizações e buscamos ao máximo apoiá-las. Faremos isto com muita determinação e reconhecimento aos nossos pesquisadores”, complementou o diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luiz Márcio Spinosa.
Maior parte da produção científica vem de universidades públicas
O superintendente geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná, Aldo Nelson Bona, reforça que mais de 90% de toda a produção científica brasileira é feita nas universidades públicas e que as estaduais estão contribuindo muito para o avanço da ciência no país.
“Ganha destaque a UEL, neste momento, e junto com ela é importante destacar a relevância da pesquisa científica feita nas sete universidades estaduais”, diz ele. “Elas são fortes em pesquisa básica e aplicada e contribuem grandemente para o avanço desta área e para que o Brasil ocupe a 13ª posição como país produtor de Ciência”.