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Trincheira do ensino público

Publicado em 17 novembro 2004

Por Fabrício Marques, da revista 'Pesquisa Fapesp':
A trajetória da Faculdade de Educação da Universidade de SP (USP) pode ser narrada em três etapas, e todas elas são marcadas pelo compromisso com a construção de uma escola pública, leiga e acessível a todos. O embrião surgiu no início da década de 1930, na Escola Normal Secundária da Praça da República, no centro paulistano, onde hoje funciona a Secretaria de Educação do Estado de SP (o prédio, por sinal, é um símbolo do ensino leigo: foi erguido nos primeiros anos da República com verba e terreno que o finado Império reservara à construção de uma catedral). Numa época em que quase a metade da população infantil estava fora da escola e a maioria dos professores primários levava na bagagem apenas quatro anos de instrução primária, um grupo de docentes da Escola Normal da Praça começou a articular a fundação de uma pioneira instituição de ensino superior de pedagogia. A idéia dos educadores António Sampaio Dória, Manuel Lourenço Filho e Fernando de Azevedo também tinha um cunho nacionalista, uma vez que era gigantesco o fosso entre o grau educacional dos brasileiros nativos e o dos imigrantes europeus. Desse esforço surge, em 1933, o Instituto de Educação, centro de nível superior vinculado à Escola Normal. Teve vida efêmera como instituição independente. Em 1934 incorpora-se à nascente Universidade de SP e, em 1938, transforma-se em Seção de Pedagogia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFCL), incumbido, principalmente, da tarefa de dar formação pedagógica a professores secundários de diversas disciplinas formados pela USP. Um segundo momento importante para a história da faculdade remonta ao ano de 1956, quando o Ministério da Educação e Cultura (MEC) e a USP assinam um convênio e montam, dentro da Cidade Universitária, o Centro Regional de Pesquisas Educacionais (CRPE) de SP. (Agência Fapesp. 17/11) JC e-mail 2648, de 17 de Novembro de 2004.