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Jornal da Unicamp

Três professores recebem Ordem do Mérito Científico (1 notícias)

Publicado em 12 de julho de 2004

Três professores da Unicamp foram agraciados pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) com a Ordem Nacional do Mérito Científico, na classe de comendador. A distinção é conferida pelo MCT desde 1993 a personalidades nacionais e estrangeiras que se destacaram por suas contribuições à Ciência e à Tecnologia. Os homenageados deste ano são o lingüista Carlos Vogt, ex-reitor da Unicamp e atual presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp); o geneticista Bernardo Beiguelman, fundador do Departamento de Genética Médica da Faculdade de Ciências Médicas (FCM); e o engenheiro Leonardo Goldstein Júnior, docente e pesquisador do Departamento de Engenharia Térmica e de Fluidos da Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM). O decreto que outorga do título aos pesquisadores foi assinado no último dia 28 de junho pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A entrega d as insígnias e dos diplomas aos laureados será feita em ato solene presidido pelo próprio presidente da República ou pelo ministro da Ciência e Tecnologia, em data ainda a ser confirmada. Em 2002, o MCT agraciou seis outros docentes da Unicamp com a Ordem: Carlos Alfredo Joly, Marco Aurélio De Paoli, Oswaldo Luiz Alves e Tomasz Kovvaltowski (classe de comendador), Cylon Gonçalves da Silva e Luciano Coutinho (classe de Grã-Cruz). A escolha dos homenageados é feita por um conselho presidido pelo ministro da C&T e integrado por outros três ministros: os das Relações Exteriores, Educação e Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Já as atividades administrativas da Ordem são de responsabilidade da Academia Brasileira de Ciências, conforme convênio firmado com o MCT para este objetivo. A exemplo de condecorações semelhantes existentes em outros países, a distinção brasileira é constituída de duas classes, a de Grã-Cruz e a de Comendador. Os agraciados destacam-se nas áreas de Ciências Tecnológicas, Ciências Sociais, Matemática, Física, Química, Biologia, Ciências da Terra e Engenharia, além de políticos e empresários envolvidos em projetos voltados para o desenvolvimento tecnológico. Ao comentar a importância da concessão da Ordem Nacional do Mérito Científico, o geneticista Bernardo Beiguelman preferiu compartilhar a láurea com a Universidade. "Desejo repartir o orgulho de receber essa distinção tão honrosa com a Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, onde, em 1963, pude criar o primeiro Departamento de Genética Médica do país e, durante 35 anos, desenvolver a maior parte de meus trabalhos científicos". Para o engenheiro Leonardo Goldstein Júnior, a sua condecoração foi "uma grande surpresa". "Ao mesmo tempo, também é uma grande honra e um incentivo para o serviço continuado à comunidade". Ex-reitor da Unicamp e atual presidente da Fapesp, Carlos Vogt disse que a láurea é uma forma de reconhecer e dar visibilidade à produção intelectual e acadêmica dos pesquisadores. "Nesse sentido, ela se constitui num instrumento de incentivo não só para quem a recebe, mas para a comunidade científica de modo geral. Ao mesmo tempo, a condecoração é importante para as instituições, pois a produção do conhecimento precisa do apoio institucional. Quando um pesquisador recebe uma láurea, a instituição também está sendo homenageada". Perfis - O geneticista Bernardo Beiguelman foi fundador do Departamento de Genética Médica da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, o primeiro do gênero do país. Obteve o doutoramento pela Universidade de São Paulo (USP). Aposentado desde 1997 pela Unicamp, mantém vínculo não-remunerado com o curso de pós-graduação em Genética do Instituto de Biologia (IB) da Universidade. Publicou 428 trabalhos científicos entre livros, teses, capítulos de livros, publicações em revistas com seleção editorial e comunicações científicas em congressos nacionais e internacionais. O lingüista e poeta Carlos Vogt, atual presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), é formado em Letras pela Universidade de São Paulo (USP). É professor titular em Semântica Lingüística da Unicamp desde 1969, onde foi reitor entre 1990 e 1994. Fez cursos de pós-graduação em Semântica Lingüística na França e nos Estados Unidos e é pós-graduado em Teoria Literária Comparada na USP. Até julho de 2001, foi diretor-executivo do Instituto Uniemp, Fórum Permanente das Relações Universidade-Empresa, em São Paulo. É vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), coordena o Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) da Unicamp e é diretor de redação da revista eletrônica de jornalismo científico ComCiência. Leonardo Goldstein Júnior graduou-se em Engenharia Mecânica na Universidade de São Paulo (USP) e doutorou-se na University of Minnesota, dos Estados Unidos. Docente da Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM) da Unicamp desde 1971, desenvolve pesquisas nas áreas de radiação térmica, escoamentos bifásicos e combustão e controle de poluição. Em 1998, recebeu o Prêmio de Reconhecimento Acadêmico Zeferino Vaz, conferido pela Unicamp. É autor de três livros ou capítulos de livros, tem cerca de 80 trabalhos publicados em anais de eventos, desenvolveu dois produtos tecnológicos, sendo um com registro de patente, e orientou cerca de 20 dissertações de mestrado e teses de doutorado.