A FAPESP (Fundao de Amparo Cincia do Estado de So Paulo) anunciou a criao novos centros de pesquisa em engenharia (CPEs) em parceria com as empresas Embraer, Ericsson e GlaxoSmithKline (GSK).
“A FAPESP j possui parcerias com grandes empresas, como a GSK, Stellantis, Embrapa, Equinor, Koppert e diversas outras por meio do programa Centros de Pesquisa em Engenharia. Esse o maior programa de cooperao em pesquisa entre a academia e empresas do pas,” disse Marco Antnio Zago, presidente da instituio.
O programa CPEs (Centros de Pesquisa em Engenharias) tem como objetivo produzir e disseminar pesquisas de ponta, com potencial de gerao de alto impacto econmico e social por meio da inovao.
Desde a criao do programa, em 2017, foram criados e entraram em operao 20 centros. Junto com os trs novos, eles mobilizaro mais de R$ 1,5 bilho em atividades de pesquisa nos prximos anos. Dessa forma, o montante de R$ 325 milhes alocados pela FAPESP no programa ser multiplicado em quase cinco vezes.
Avies eltricos
O Centro de Pesquisa em Engenharia para a Mobilidade Area do Futuro (CPE-MAG), a ser constitudo em parceria com a Embraer, ser instalado no Instituto Tecnolgico de Aeronutica (ITA), em So Jos dos Campos, com investimento previsto de R$ 48 milhes nos prximos cinco anos.
Os projetos sero conduzidos por pesquisadores da instituio e da empresa, em parceria com pesquisadores da Faculdade de Engenharia Eltrica e de Computao da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Escola de Engenharia de So Carlos da Universidade de So Paulo (USP) – o centro dever reunir mais de cem pesquisadores.
Um dos objetivos do novo centro ser desenvolver pesquisas sobre tpicos inovadores para a indstria aeronutica nacional, incluindo reduo de emisses, sistemas autnomos e projeto e manufatura avanada. Algumas das linhas de pesquisa em reduo de emisses, por exemplo, sero o controle de mquinas para a propulso eltrica e a integrao aeropropulsiva de aeronaves eltricas .
“Ao projetar um avio com propulso eltrica, em vez de propulso por motores de combusto interna por turbinas a gs, como o das aeronaves existentes hoje, preciso adaptar uma srie de parmetros para realizar a integrao dos novos propulsores eltricos. Esse desafio ser um dos temas de pesquisas que sero realizadas no mbito do novo centro,” disse Domingos Alves Rade, professor do ITA e pesquisador responsvel pelo CPE-MAG.
Desenvolvimento de rede
O Centro de Pesquisa Redes e Servios Inteligentes para 2030 (Smartness), que ser constitudo em parceria com a Ericsson e sediado na Unicamp, ter o objetivo de desenvolver pesquisa de ponta em redes de computadores e servios de aplicaes digitais focadas em reas estratgicas, nas quais impactos cientficos e tecnolgicos podem ser alcanados at 2030.
Com a implantao da quinta gerao para redes mveis e de banda larga (5G) e o desenvolvimento do 6G, os principais desafios do novo centro sero projetar e operar infraestruturas de computao em nuvem e rede com capacidade para alavancar a prxima gerao de servios de internet e novas aplicaes.
O foco de pesquisa do centro ser nas reas de computao de borda, programabilidade de redes, arquiteturas cognitivas, segurana e sustentabilidade.
O centro contar com a participao de pesquisadores do Instituto de Computao (IC) da Unicamp, das universidades de So Paulo (USP), do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) e das universidades federais de So Carlos (UFSCar), do ABC (UFABC), do Amazonas (UFAM), do Esprito Santo (UFES), de Gois (UFG), do Par (UFPA), do Rio Grande do Norte (UFRN), de Campina Grande (UFCG), do Cear (UECE), de Uberlndia (UFU), da Bahia (UFBA), de Minas Gerais (UFMG), do Rio Grande do Sul (UFRGS) e do Pampa (Unipampa). O centro contar ainda com a colaborao de pesquisadores da Ericsson Research.
Imuno-oncologia
O Centro para Pesquisa em Imuno-Oncologia (CRIO), que ser criado com a GSK e sediado no Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, ter o objetivo de encontrar novos alvos para imunoterpicos em tumores que no respondem bem aos tratamentos atuais, alm de buscar marcadores que possam predizer quais pacientes respondero melhor imunoterapia.
“As imunoterapias tm sido uma nova esperana para muitas pessoas, mas elas trazem pelo menos dois problemas: dependendo do tumor, entre 12% e 60% da populao no responde ou tem uma baixa resposta ao tratamento. Outra questo so os efeitos colaterais. Ainda que sejam, em mdia, muito menos frequentes do que na quimio e radioterapias, uma parte dos pacientes pode ter reaes severas que podem levar suspenso do tratamento,” explicou Kenneth John Gollob, coordenador do CRIO.
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