Um tratamento inovador desenvolvido por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) promete revolucionar o tratamento do câncer de pele mais comum entre os brasileiros no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Essa tecnologia 100% nacional foi aprovada para uso na saúde pública e oferece um tratamento mais rápido e menos desconfortável, eliminando a necessidade de cirurgia.
A terapia fotodinâmica, que está sendo utilizada em 70 centros de estudos em todo o país, incluindo o Hospital Amaral Carvalho, em Jaú, interior de São Paulo, é uma inovação que tem impactado positivamente a dermatologia nacional. Ela é especialmente eficaz no tratamento de lesões não melanoma, responsáveis pela maioria dos casos de câncer de pele no Brasil.
O procedimento é simples e gratuito para os pacientes do SUS. Após a aplicação de uma pomada absorvida pela pele, os pacientes passam por uma terapia fotodinâmica a laser, que mata as células cancerígenas. Surpreendentemente, em apenas duas sessões, cada uma com duração de 20 minutos, mais de 90% dos pacientes já podem ser considerados curados.
O tratamento para câncer de pele foi aprovado para uso no SUS em julho deste ano
A terapia fotodinâmica foi desenvolvida ao longo de 20 anos pela USP de São Carlos e é considerada uma das maiores inovações científicas brasileiras.
O Brasil é líder mundial em investimentos nessa técnica, com um apoio financeiro significativo de instituições como a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Ministério da Saúde e Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), totalizando mais de R$ 10 milhões em investimentos.
“Um dos grandes desafios do Brasil é colocar a inovação brasileira no nível de produção científica. Somos o 13º país em produção de ciência no mundo, mas o 54º país em inovação de novos produtos, sistemas e soluções para o mundo real. Este exemplo aqui de São Carlos é a ciência básica sendo transformada em inovação e um produto que soluciona um problema do SUS”, avaliou Celso Pansera, presidente da Finep.
Após aproximadamente 10 anos de disponibilidade no setor privado, o tratamento foi aprovado para uso no SUS em julho deste ano, abrindo caminho para uma nova era no combate ao câncer de pele no Brasil. A eficácia e a acessibilidade dessa tecnologia têm o potencial de beneficiar inúmeras pessoas no sistema de saúde pública.
O Ministério da Saúde ainda não anunciou oficialmente quando a tecnologia estará disponível para os pacientes do SUS, mas a expectativa é que ela seja incorporada em breve, proporcionando um tratamento mais eficaz e menos invasivo para aqueles que lutam contra o câncer de pele no país.