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Tratamento de sementes leva nutrientes ao milho

Publicado em 07 janeiro 2014

Por Raiza Tronquin

Pesquisa da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, mostra que o fornecimento de cobre (Cu) e zinco (Zn) por meio de sementes tratadas pode ser uma alternativa viável e eficaz para produtores que lidam com a deficiência das duas substâncias no solo. No Laboratório de Análise de Sementes (LAS), o engenheiro agrônomo Marcos Altomani Neves Dias avaliou diferentes tratamentos de sementes de milho contendo cobre e zinco, considerando aspectos relacionados à qualidadefisiológica das sementes e à sua eficiência nutricional.

Com o posto de quarto maior consumidor de milho no mundo, o Brasil é também o terceiro maior produtor do cereal, segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), tendo grande parte de sua safra produzida nos estados do Mato Grosso e Paraná. No entanto, mesmo com o alto número de regiões exploradas por essa cultura, o país ainda possui solos carentes em cobre e zinco.

As áreas com insuficiência destes nutrientes são frequentes em grande parte das regiões agrícolas, o que acaba restringindo a produtividade das culturas. O pesquisador utilizou quatro lotes, apresentando diferenças quanto ao tamanho e vigor das sementes. Os tratamentos foram compostos por diferentes dosagens e combinações de suspensões líquidas, contendo óxido de zinco e carbonato de cobre, fornecidos juntos ou separadamente. “Os lotes foram tratados e avaliados ao longo de um ano (0, 30, 60, 180 e 360 dias)”, acrescenta Dias.

Desenvolvimento das plantas

A princípio, o desenvolvimento das plantas foi avaliado pela altura, área foliar e pela massa seca de raiz e da parte aérea. De acordo com o autor do estudo, os dados de massa seca, associados aos teores de cobre e zinco nos tecidos, permitiram calcular e demonstrar as eficiências de absorção, transporte e utilização destes micronutrientes pelas plantas.

“A qualidade fisiológica das sementes de milho tratadas com cobre e zinco, isoladamente ou associados, não é afetada ao longo de doze meses de armazenamento”, aponta Dias. “Por outro lado, o cobre utilizado isoladamente causa fitotoxicidade quando a avaliação é realizada tendo o papel como substrato, afetando principalmente o desenvolvimento radicular das plântulas. Isto leva a refletir sobre quais métodos seriam mais apropriados para a análise de sementes tratadas com micronutrientes”.

Dias reforça que o tratamento das sementes com zinco e cobre não impede a utilização de outros tratamentos convencionalmente aplicados nas sementes de milho. “Um bom desenvolvimento inicial da cultura é crucial, pois com o decorrer do ciclo há maior stress causado por falta de água e temperaturas baixas”, conclui.

O trabalho, orientado pelo professor Silvio Moure Cicero, do Departamento de Produção Vegetal (LPV) da Esalq, contou com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Mais informações: email marcosaltomani@gmail.com, com Marcos Altomani Neves Dias

Da Assessoria de Comunicação da Esalq
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Agência USP