Notícia

Meu Site Brasil

Tratamento com luz pode ser a “kriptonita” das bactérias resistentes (50 notícias)

Publicado em 30 de maio de 2024

As bactérias que desenvolvem resistência aos antibióticos podem estar com os dias contados. Um novo estudo do Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica da USP de São Carlos comprovou que uma terapia de luz, chamada de inativação fotodinâmica (PDI – na sigla em inglês para photodynamic inactivation), tem potencial para enfraquecer os microrganismos e facilitar o combate com os medicamentos tradicionais.

Terapia à base de luz enfraquece bactérias

A inativação fotodinâmica é uma técnica que utiliza luz em conjunto com uma substância fotossensibilizadora para oxidar e destruir ou enfraquecer a resistência antibiótica de microrganismos.

Em novos experimentos, o fotossensibilizador curcumina foi aplicado junto com os antibióticos amoxicilina, eritromicina e gentamicina.

A vítima foi a bactéria Staphylococcus aureus, que causa desde infecções cutâneas até pneumonia.

Após cinco sessões de inativação fotodinâmica, a bactéria se tornou mais sensível aos antibióticos, principalmente à gentamicina.

Os resultados são promissores e indicam que o tratamento de luz com foco no choque oxidativo pode ser a fraqueza ou a “kriptonita” das bactérias resistentes.

A resistência antimicrobiana é uma das maiores ameaças à saúde pública no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Uma lista com as bactérias mais perigosas, atualizada recentemente pela agência, já inclui 15 famílias resistentes a antibióticos categorizadas por priorização média, alta e crítica.

Cerca de 1,2 milhão de mortes anuais são atribuídas diretamente a bactérias resistentes, e quase 5 milhões de falecimentos são relacionados indiretamente a esse problema. Segundo a OMS, o custo global disso pode alcançar US$ 100 trilhões até 2050.

O novo estudo demonstra a eficácia de uma técnica que pode ajudar a lidar com o problema, aumentando as chances de um microrganismo resistente ser destruído. Detalhes dos resultados foram publicados na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS). O projeto também teve apoio da Agência FAPESP.