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Transplante de flores auxilia mata em recuperação, revela pesquisa da USP

Publicado em 26 maio 2013

O transplante de espécies de bromélias e orquídeas de trechos desmatados para troncos de árvores de florestas em processo de recuperação ecológica facilita o enriquecimento biológico destas áreas, segundo pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) em Piracicaba (SP).

O estudo, desenvolvido pela bióloga Marina Melo Duarte, concluiu que a inserção destas plantas contribui para o aumento da diversidade do ecossistema. "Além de serem capazes de fornecer microambientes, flores e frutos e armazenar água, atuam na ciclagem de nutrientes", informou a pesquisadora.

No Laboratório de Ecologia e Restauração Florestal da Escola Superior Luiz de Queiroz (Esalq), a bióloga analisou duas florestas localizadas em Santa Bárbara dOeste (SP) e em Iracemápolis (SP) com, respectivamente, 13 e 23 anos de processo de restauração.

"As taxas de sobrevivência de seis diferentes espécies, um ano após o transplante, quando realizado em estação úmida, variaram entre 63% e 100% das epífitas transferidas", afirmou a pesquisadora do programa de pós-graduação em recursos florestais da Esalq.

De acordo com Marina, a restauração florestal é comumente realizada pela inserção apenas de espécies de árvores em determinada área. O enriquecimento proposto pelo transplante de outros tipos vegetais, conforme a pesquisadora, ajuda para um desenvolvimento contínuo.

"Em paisagens fragmentadas devido às atividades humanas, existe uma perda considerável de diversidade biológica. Nesses locais, a dispersão natural é limitada, sendo necessárias intervenções para continuar os processos ecológicos fundamentais à permanência da floresta a longo prazo", explicou a bióloga.

A cada ano, mais de 500 hectares de florestas em diferentes estágios de regeneração são legalmente desmatados no estado de São Paulo, segundo informações da pesquisa, realizada com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e orientação do professor Sergius Gandolfi, do Departamento de Ciências Biológicas.

Foram analisados os transplantes de 360 indivíduos de seis espécies de epífitas, pertencentes às famílias Bromeliaceae, Cactaceae e Orchidaceae, para posições diferentes (tronco ou forquilha) de 60 árvores que apresentavam diferentes padrões de perda de folhas e rugosidades de casca.

Do G1 Piracicaba e Região