Estudos sugerem que crianças e adolescentes não são mais importantes que adultos na disseminação do Sars-CoV-2
Entre as questões sem respostas definitivas que pairam sobre o novo coronavírus, uma delas tem importância crucial para o retorno seguro das aulas: o papel de crianças e adolescentes na cadeia de infecção e transmissão do Sars-CoV-2. Embora haja evidências na literatura médica e científica sustentando que os mais jovens são capazes de transmitir o vírus, a exemplo de qualquer indivíduo, seu peso na disseminação da Covid-19 parece, até agora, pequeno. “No caso dos vírus influenza e sincicial respiratório, que causam infecções de vias aéreas superiores e inferiores, as crianças são vetores importantes da dinâmica de transmissão desses patógenos na comunidade de uma forma geral”, afirma o pediatra Marco Aurélio Palazzi Sáfadi, da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCM-SCSP) e coordenador do Serviço de Infectologia Pediátrica do Hospital Infantil Sabará. “Para Covid-19, isso não ficou demonstrado. Elas participam, sim, podem transmitir o Sars-CoV-2, mas até o momento não foram identificadas como as grandes vilãs.”
O que não há dúvidas é que crianças e adolescentes são os mais poupados nessa pandemia. No Brasil, entre 0,6% e 0,7% do total de óbitos por Covid-19 são de menores de 20 anos, de acordo com Sáfadi, que também é presidente do Departamento de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). “Menos de 1% em um grupo que representa mais de 25% da população”, ressalta o pediatra. “Há mortes, mas definitivamente ocorrem em um menor número.”
Veja o texto na íntegra: Revista Pesquisa Fapesp