Crianças e adolescentes que trabalham mais de duas horas por dia apresentam prejuízo no desempenho escolar. Depois disso, a perda de rendimento cresce a cada hora adicional de trabalho. Os estudantes que apenas freqüentam a escola aprendem mais quando comparados com os que estudam e trabalham.
Essas são conclusões de pesquisa feita pelo economista Márcio Eduardo Bezerra e apresentada como dissertação de mestrado no Departamento de Economia, Administração e Sociologia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP), em Piracicaba, interior do Estado.
Em declaração à Agência FAPESP, Bezerra disse que atividades extra-curriculares que ocupam até duas horas por dia não chegam a competir com os estudos. Segundo ele, é o tipo de atividade voltada para disciplinar a criança por meio de atividades socioeducativas.
O pesquisador utilizou dados do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). Esse conjunto de indicadores disponibiliza resultados de testes de língua portuguesa e de matemática aplicados em escolas públicas e privadas em todo o País. Foram cruzados dados referentes a 2003 de aproximadamente 300 mil alunos da 4ª e da 8ª série do ensino fundamental e da 3ª série do ensino médio.
O economista explica que, nas três séries avaliadas, os estudantes que trabalham dentro do domicílio sofrem menos. Já aqueles que exercem atividades remuneradas fora de casa por mais de duas horas têm prejuízo maior. Esses jovens são os que geralmente trabalham mais de sete horas por dia entre os dois ambientes.
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