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Toyota Mirai será elétrico movido a etanol no Brasil; entenda como (9 notícias)

Publicado em 03 de abril de 2023

As pesquisas serão tocadas pela Universidade de São Paulo (USP), pelo Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI) e pelo Senai CETIQT. Já a Toyota, entrará com uma unidade do sedan Mirai, o primeiro carro a hidrogênio produzido em série no mundo.

“A produção local de hidrogênio renovável por meio da reforma do etanol é uma solução eficiente, sustentável e facilmente replicável globalmente, devido ao baixo custo de transporte do biocombustível.”, afirma Mateus Lopes, diretor de Transição Energética e Investimentos da Raízen.

Como transformar etanol em hidrogênio

Essa não é a primeira iniciativa nesse sentido. Desde 2016, a Nissan trabalha no mesmo método. Naquele ano, a empresa trouxe ao Brasil a van e-NV200, que tem baterias de 24kWh e é abastecida com células de combustível.

No entanto, em vez de abastecer com hidrogênio puro, como seria o padrão, o veículo é adaptado para etanol (C2H6O). Para que isso aconteça, um catalisador composto por óxido de cério (CeO2) e metais preciosos, por exemplo, quebra as moléculas do etanol, separando o hidrogênio.

A partir daí, o gás é injetado em um dispositivo que opera entre 600 oC e 800 oC, são as células de combustível de óxido sólido (SOFC). As reações químicas nas SOFC transformam o hidrogênio em eletricidade, que é armazenada na bateria recarregável e serve para mover o motor elétrico.

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A reação da separação do hidrogênio do etanol até libera carbono, que é um dos principais poluentes, no entanto, sua concentração é neutralizada pelo plantio da cana-de-açúcar.

Outra vantagem das SOFC é sua eficiência térmica, entre 10% e 20% superior às células a combustível tradicionais na conversão de energia química em elétrica. Ou seja, enquanto um propulsor térmico convencional desperdiça mais de 70% da energia gerada pelo etanol ao longo do processo de combustão e tração, um veículo elétrico SOFC com microrreformador interno conseguiria aproveitar mais da metade dessa mesma energia, praticamente dobrando a eficiência térmica.

Na prática, a van da Nissan rodou 600 km com um tanque de 30 litros de etanol. Portanto, uma média de 20 km/l.