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Toyota cede carro para pesquisa nacional de H2V de etanol (92 notícias)

Publicado em 31 de março de 2023

O Mirai, já comercializado no Japão, vai rodar com o hidrogênio verde produzido por reforma catalítica do etanol, em desenvolvimento por pesquisa liderada pelo RCGI, na USPA filial brasileira da montadora Toyota vai disponibilizar um modelo do seu carro movido a célula de combustível, o Mirai, já comercializado no Japão, para testes em projeto de pesquisa nacional que visa desenvolver rota comercial para produção de hidrogênio a partir do etanol.

 

O projeto, financiado pela Shell Brasil (R$ 50 milhões), foi lançado em 2022 e une a Universidade de São Paulo (USP), Raízen, a produtora de sistemas e hidrogênio Hytron, além do Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI) e o Senai Cetiqt.

O carro da Toyota é um veículo elétrico, mas que, em vez da recarga elétrica convencional das baterias, é movido por uma reação química entre o hidrogênio, armazenado em tanque, com o oxigênio, captado de fora do carro. A mistura libera energia, que é transformada em eletricidade, a qual será empregada para carregar a bateria que aciona o motor elétrico do Mirai. Trata-se do chamado veículo elétrico de célula a combustível (FCEV, na sigla em inglês).

A ideia é testar o carro com o hidrogênio verde que está sendo desenvolvido por tecnologia da Hytron, empresa brasileira que foi recentemente adquirida pelo grupo alemão Neuman & Esser. A tecnologia se baseia no processo de reforma catalítica, uma oxidação parcial, que gera corrente gasosa rica de hidrogênio a partir da quebra de moléculas do etanol. O projeto prevê a instalação de unidade piloto para produzir o hidrogênio verde dentro do campus da USP, em São Paulo.

O Mirai servirá para o teste do hidrogênio verde, além de três ônibus a hidrogênio que circularão dentro do campus da USP, em São Paulo. O veículo será entregue, ainda neste primeiro semestre, ao RCGI, na USP, centro criado com financiamento da Fapesp e da Shell e responsável pela pesquisa.

Além de já ser um veículo 100% livre de CO2, já que emite apenas vapor d´água pelo escapamento, e de ter longa autonomia (600 km), com o hidrogênio verde o veículo da Toyota vai melhorar sua pegada de carbono, já que no Japão, onde já é utilizado, a maior parte do hidrogênio disponível é de origem fóssil.

Aliás, faz parte do projeto de P&D financiado pela Shell calcular toda a pegada de carbono da solução, medindo as emissões de CO2 na atmosfera desde o cultivo da cana até o consumo do hidrogênio pela célula combustível do veículo.