No cenário da saúde brasileira, março de 2023 foi um marco significativo com a aprovação do registro da vacina Qdenga, desenvolvida pelo laboratório japonês Takeda, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Esta aprovação abre as portas para a comercialização do produto no Brasil, com a condição de que as condições aprovadas sejam estritamente mantidas. Em consonância com esse avanço, o Ministério da Saúde, em dezembro, anunciou a inclusão dessa vacina contra a dengue no Sistema Único de Saúde (SUS).
Início da Vacinação: Estratégias e Foco Populacional
Na próxima semana, 521 municípios estrategicamente selecionados pelo Ministério da Saúde iniciarão a distribuição das doses, dando início à vacinação na rede pública. Essas localidades compõem 37 regiões de saúde consideradas endêmicas para a dengue. O público-alvo inicial será composto por crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária que, segundo a pasta, apresenta uma incidência significativa de hospitalizações por dengue, ficando atrás apenas dos idosos.
Perguntas Frequentes sobre a Vacinação com Qdenga no Brasil
Quando começa a vacinação contra a dengue no SUS? A previsão é que as doses sejam distribuídas na próxima semana para os 521 municípios. A liberdade para iniciar a vacinação fica a cargo dos governos estaduais e municipais, que organizarão as campanhas, definindo datas, horários e pontos de vacinação.
Quem pode tomar a vacina pelo SUS?
Embora a faixa etária indicada pela bula seja de 4 a 60 anos, inicialmente, no SUS, a vacinação se concentrará em crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, devido à quantidade limitada de doses fornecidas pelo laboratório fabricante.
Não estou entre o público prioritário. Como faço para tomar a vacina?
Aqueles fora da faixa etária prioritária podem procurar a vacina na rede particular, sendo necessário atenção para a escolha entre Qdenga e Dengvaxia, esta última indicada para pessoas de 6 a 45 anos que já foram infectadas pela dengue.
Qual o preço da vacina no sistema particular?
Os valores da vacina variam, atualmente girando em torno de R$ 400 por dose, sendo mais vantajoso optar pelo esquema completo.
Gestantes e lactantes podem tomar a vacina?
A Qdenga é contraindicada para gestantes e lactantes, sendo a dose também desaconselhada para pessoas com imunodeficiências e indivíduos com reação de hipersensibilidade à dose anterior.
Por que a vacina não é indicada para pessoas com mais de 60 anos?
A ausência de estudos clínicos nesse grupo resulta na falta de indicação para pessoas com mais de 60 anos. Contudo, outras agências regulatórias aprovaram o uso da vacina nessa faixa etária, considerando potenciais benefícios.
A vacina também protege contra o Zika e o Chikungunya?
A Qdenga protege exclusivamente contra a dengue, não oferecendo cobertura para outras arboviroses como Zika, Chikungunya e febre amarela.
Quantas doses e com que intervalo deve ser aplicada a vacina?
O esquema completo consiste em duas doses, administradas por via subcutânea com intervalo de 3 meses. Indivíduos que já tiveram dengue também devem receber a vacina, sendo recomendado aguardar 6 meses após a infecção recente.
A vacina contra a dengue passou por testes?
A Qdenga demonstrou eficácia contra os tipos de dengue 1, 2 e 3, com eficácia geral na prevenção de hospitalizações por dengue de 84,1%.
Quantas e quais são as vacinas contra a dengue aprovadas para uso no Brasil?
A Qdenga é a primeira vacina contra a dengue aprovada para um público mais amplo, enquanto a Dengvaxia só pode ser utilizada por quem já teve dengue.
Perspectivas Futuras: Vacina Brasileira Contra a Dengue
O Instituto Butantan, referência na produção de imunobiológicos, está na fase final do desenvolvimento de uma nova vacina contra a dengue. Além de ser tetravalente, assim como a Qdenga, destaca-se por ser administrada em dose única, e a previsão é que o instituto busque o registro junto à Anvisa ainda este ano.
Sintomas da Dengue
Dores musculares e nas articulações, diminuição da urina, extremidades frias, pressão baixa, dor de cabeça ou atrás dos olhos, náusea e vômitos frequentes, agitação ou sonolência, sangramento espontâneo, manchas vermelhas, febre alta e/ou persistente, diarreia e/ou dor forte na barriga. Conhecer os sintomas é crucial para identificar precocemente a doença e buscar a assistência necessária.
Supervisor de Redação do Jornal Contábil e responsável pelo Portal Dia Rural.