A transição energética global enfrenta sérios desafios para alinhar-se com a meta de limitar o aumento da temperatura a 1,5 °C. Apesar de os combustíveis fósseis ainda dominarem o mix energético das maiores economias, a cada ano se torna mais difícil cumprir os objetivos do
Acordo de Paris . Essa realidade foi destacada pela pesquisadora Thelma Krug durante a recente Conferência FAPESP 2025, que abordou as “Contribuições para a COP30: Transição Energética”.
Krug, ex-vice-presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), enfatizou a necessidade urgente de ampliar as energias renováveis. Segundo ela, em 2023, houve um recorde na implementação de capacidade de energia renovável, passando de 308 GW em 2022 para 473 GW, com 63% desse crescimento vindo da China
Embora tenha apontado uma desaceleração no uso de fósseis, Krug salientou que estes ainda representam cerca de 80% do consumo de energia global nos países do G20. Essa situação exige um esforço significativo para atingir a meta de 1,5 °C. O Primeiro Balanço Global do Acordo de Paris, programado para dezembro de 2023, exorta os países a triplicar a capacidade de energia renovável e dobrar a taxa de melhoria em eficiência energética.
Apesar das dificuldades, Krug se declarou otimista sobre o cumprimento das metas climáticas, citando que todas as tecnologias necessárias para reduzir as emissões já estão disponíveis. A verdadeira barreira é a implementação, que enfrenta desafios financeiros, políticos e de capacitação.
A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), marcada para novembro em Belém, Pará, será uma oportunidade crucial para que países revisem suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs). As NDCs são compromissos voluntários para combater as mudanças climáticas e precisam ser atualizadas para refletir a urgência da situação.
Os especialistas também discutiram a importância dos biocombustíveis na transição energética do Brasil, destacando a necessidade de investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Além disso, ficou evidente que a transição energética não será homogênea, variando de acordo com as especificidades nacionais e subnacionais.
O tempo é curto e a janela de oportunidades está se fechando. É fundamental que as nações atuem rapidamente para mitigar os efeitos das mudanças climáticas e avançar na adoção de energias renováveis. Para mais informações sobre o evento, você pode assistir à conferência na íntegra aqui
Informações da Agência FAPESP
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