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Terapias celulares podem reduzir risco de morte por covid-19, aponta estudo (71 notícias)

Publicado em 21 de agosto de 2023

O uso de terapias celulares em pacientes com covid-19 reduziu em 60% o risco de morte pela doença. A conclusão, divulgada na revista Frontiers in Immunology , é de um estudo da Universidade de São Paulo (USP) em parceria com pesquisadores alemães e norte-americanos, que analisaram dados de 195 ensaios clínicos feitos em 30 países.

A terapia celular reúne técnicas para repor células saudáveis no organismo do paciente, de forma a restaurar ou alterar determinados conjuntos celulares. Para isso, são usadas células-tronco do próprio paciente (autólogas) ou de um doador (alogênicas), que são cultivadas ou modificadas fora do corpo antes de serem administradas.

Segundo Otávio Cabral-Marques, professor da Faculdade de Medicina da USP e coordenador da pesquisa, desde o início da pandemia, a terapia com células-tronco recebeu ampla atenção como um novo método de tratamento e estudo da covid-19. Isso porque as células têm apresentado um significativo poder de regulação imune e funções de reparo de dano tecidual.

Em relação ao pulmão, por exemplo, os ensaios clínicos mostram - em menor ou maior grau - que as terapias celulares avançadas podem limitar a resposta inflamatória grave em pacientes infectados pelo SARS-CoV-2, reduzindo a lesão pulmonar. Desta forma, é esperado que a terapia auxilie na melhora da função pulmonar, desempenhando um papel positivo contra impactos como a fibrose.

"As terapias celulares têm avançado muito nos últimos anos e têm sido usadas para tratar câncer, doenças autoimunes, cardíacas e infecciosas. Durante a pandemia, elas foram utilizadas para o tratamento de covid-19 em diversos ensaios clínicos. Nosso trabalho é o primeiro a juntar todos esses dados espalhados pelo mundo e a verificar, por meio de uma meta-análise, o funcionamento dessas terapias no combate à nova doença", explica Cabral-Marques.

De acordo com o estudo, os tipos celulares mais utilizados nos ensaios clínicos para tratamento do novo coronavírus foram as células estromais ou tronco mesenquimais multipotentes (oriundas do tecido conjuntivo), células natural killer (provenientes de linfoblastos) e células mononucleares (derivadas do sangue), respondendo por 72%, 9% e 6% dos estudos, respectivamente.

"Embora os resultados dos estudos mostrem que as terapias celulares avançadas possam vir a se estabelecer como um tratamento adjuvante importante para pacientes afetados pela covid-19, em um futuro próximo, a prevenção da doença por meio da vacinação ainda continua sendo a melhor proteção", afirma o coordenador da pesquisa.

Camila Stucaluc