Tratamento em fisioterapia convencional no Hospital Universitário da Universidade Federal de São Paulo, financiado pela FAPESP, mostrou bons resultados para dores causadas pela neuropatia periférica da doença diabética do diabetes.
Estudos recentes, como o realizado pela doutora Elaine Cristina Brocchi, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), demonstram a eficácia da luz infravermelha monocromática aplicada em pacientes com neuropatia diabética periférica, reduzindo a dor e a dor crônica, além de melhorar a qualidade de vida e o bem-estar desses pacientes.
Com base nesses resultados, a associação da fotobiomodulação à fisioterapia pode oferecer uma abordagem mais eficaz para o tratamento da neuropatia diabética periférica, permitindo atenuar os sintomas e agravos desses pacientes. A utilização da luz infravermelha monocromática pode ajudar a estimular o crescimento de novos tecidos, reparar danos celulares e promover a recuperação das lesões nervosas.
Uma luz na escuridão da dor neuropática diabética
A dor neuropática diabética, um problema crônico que afeta milhões de pessoas ao redor do mundo, é um verdadeiro pesadelo para os portadores da doença. Luz fria, lancinante, queimação, formigamento, agulhamento e dormência são apenas alguns dos sintomas que atormentam os diabéticos, prejudicando drasticamente a qualidade de vida dessas pessoas.
De acordo com a Enfermeira Denise Miyuki Kusahara, participante de uma pesquisa realizada na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), essa dor neuropática é um problema complexo que está relacionado principalmente com a duração do diabetes e o controle inadequado da glicemia. Geralmente, ela surge entre cinco e dez anos após o diagnóstico da doença e pode ser acompanhada por sensações desagradáveis, que se intensificam em repouso e durante o sono.
O tratamento farmacológico é o mais comum para essa dor neuropática, mas outros métodos terapêuticos podem ajudar a aliviar o desconforto sem causar efeitos colaterais. Nesse sentido, os pesquisadores resolveram estudar a fotobiomodulação como uma alternativa ao tratamento da dor provocada pela doença diabética.
Um estudo inovador
Um grupo de 144 pacientes com neuropatia diabética periférica atendido na rede de atenção básica à saúde do município de São João da Boa Vista, no interior de São Paulo, participou dessa pesquisa patrocinada pela FAPESP . Os participantes foram divididos em dois grupos: um foi tratado com aplicação de luz infravermelha monocromática de 890 nanômetros associada à fisioterapia envolvendo eletroterapia e cinesioterapia. O outro foi usado como controle, recebendo apenas o protocolo de fisioterapia sem a aplicação da luz.
Os dois grupos realizaram 18 sessões de tratamento e foram acompanhados por dez semanas. A avaliação da dor ocorreu em quatro momentos, utilizando instrumentos e escalas validadas para esse fim.
Resultados promissores
Os resultados das avaliações feitas 30 dias após o término da intervenção e seis semanas depois mostraram que os voluntários submetidos à aplicação da luz e à fisioterapia apresentaram diminuição nos níveis de dor e melhora na qualidade do sono, especialmente no caso de pessoas com dor intensa. Segundo a Enfermeira Denise, a probabilidade de os participantes submetidos ao tratamento apresentarem dor moderada a intensa foi 21 vezes menor do que no grupo de pessoas que não receberam a intervenção com luz.
Acreditando que a terapia já pode começar a ser utilizada nos pacientes com o problema, os autores do estudo sugerem que a luz pode ser aplicada em vários contextos clínicos, incluindo clínicas ambulatoriais, consultórios de atenção primária e centros especializados no manejo da dor.
Entretanto, o profissional que realizará o procedimento precisa se tornar proficiente no uso de dispositivos de luz infravermelha monocromática de 890 nm, principalmente no que se refere à configuração do equipamento.