A temperatura média na superfície terrestre alcançou seu recorde no ano passado. A tese de aquecimento global do planeta produzido pelo uso de combustíveis fósseis, como o carbono e o petróleo, foi reforçada por estudos preliminares feitos pelo Instituto de Metereologia Britânica, na Universidade de East Anglia e também do Centro Goddard, da Nasa, nos Estados Unidos.
Com uma média de 14,84 graus centígrados, o ano passado foi o mais quente desde que começaram a ser colhidos os dados em 1856. O estudo americano calculou uma média de 15,38 graus, a mais alta desde 1866. As cifras diferem porque se baseiam em combinações distintas das observações mundiais. As informações inglesas mostram que os anos de 1991 a 1995 foram os mais quentes, incluindo os anos da década passada, que haviam registrado as mais altas temperaturas. Isso ocorreu apesar de as cinzas disseminadas pela erupção vulcânica do Pinatubo, nas Filipinas, em 1991, terem esfriado significativamente a Terra por dois anos.
O diretor do Centro Goddard. James Hansen, havia previsto que a temperatura máxima da Terra seria alcançada antes do ano 2000. De acordo com estudo recente das Nações Unidas, a elevação da temperatura do planeta seria conseqüência da ação humana, especialmente pelo acúmulo de dióxido de carbono na atmosfera provocado pela queima de combustíveis fosseis.
Hansen destacou que o aquecimento máximo alcançado em 1995 coincide com a neutralização de dois fatores naturais que contribuíram para elevação da temperatura — o ciclo de energia solar em fase baixa e o efeito da corrente quente do El Nino no Pacífico neutralizada por condições mais frias do que o normal na parte tropical do oceano, na segunda metade do ano.
Notícia
Jornal do Brasil