A sigla Bingo equivale a Baryon Acoustic Oscillations from Integrated Neutron Gas Observations (“oscilações acústicas de bárions em observações integradas de gás neutro”, em português).
Apesar do nome complicado, seu objetivo é simples: mapear e analisar emissões de gases no céu, captadas como ondas de rádio, para entender o funcionamento do setor escuro do Universo.
Basicamente, os cientistas querem mapear onde há mais ou menos hidrogênio no espaço, conseguindo informações sobre a expansão do cosmos. Dessa forma, poderão por consequência estudar a matéria escura, que é responsável pela ampliação do Universo.
A equipe escolheu instalar o observatório no sertão da Paraíba por ser uma zona consideravelmente limpa. Lá, o radiotelescópio não sofrerá interferência de ondas de rádio vindas de aparelhos celulares, televisões, aviões, entre outros dispositivos.
Além disso, o local fica próximo da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), também envolvida no projeto.
O Bingo terá duas antenas: uma com 40 metros de diâmetro e a segundo com 34 metros de diâmetro. A estrutura total do radiotelescópio tem tamanho similar ao do tradicional Maracanã, estádio no Rio de Janeiro.
Foram investidos no projeto R$ 30 milhões, com a maior parte dos recursos vindos da FAPESP, da Finep, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), do governo da Paraíba, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq), e também de outros países, como a China.