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Diário do Nordeste

Tecnologias da informação (1 notícias)

Publicado em 26 de dezembro de 2004

Chegamos ao final de mais um ano e nestes tempos intrigantes, nada mais salutar que discutir o futuro. Neste porvir a comunicação terá um papel mais importante que mesmo hoje e as tecnologias da informação demarcarão os limites da exclusão. A Editora Saraiva lança uma obra que ajudará muito nessa discussão.
O título da obra é 2015. O ano que dentro de uma década estará batendo à nossa porta. O autor é o jornalista Ethevaldo Siqueira e a questão é o impacto das tecnologias da informação e da comunicação na vida humana, na próxima década, segundo a visão de 50 famosos cientistas e futurologistas do Brasil e do mundo.
Em 2015 — como viveremos — (333 páginas, R$ 69,00) o autor é claro: 'Ai dos povos e países que vierem a perder o trem dessa revolução tecnológica emergente!' Ele se refere às tecnologias da informação e comunicação que se constituem hoje nas maiores forças de transformação da vida humana e ele afirma que nos próximos dez anos seu impacto será maior que todas as revoluções econômicas - agrária, comercial e industrial - já decorridas ao longo da História.
Siqueira afirma que as ICTs (Information and Communication Technologies) mais do que hoje serão ferramentas revolucionárias para a ciência, a pesquisa, a indústria, o comércio e as comunicações e ele é otimista: 'Com certeza, muita coisa será melhor do que hoje para a maioria das pessoas. Mas, desgraçadamente, vários outros problemas se agravarão e o mundo não será um mar de rosas. Dezenas de profissões desaparecerão. Milhões de postos de trabalho serão pulverizados, embora, em seu lugar, devam surgir novas oportunidades de trabalho.
O autor revela que teve em mente muitas razões para escrever o livro, mas que três propostas, que ele classifica de quixotescas, foram as principais para o arcabouço do trabalho: estimular os leitores mais jovens e os dirigentes a pensar e debater seriamente o impacto das ICTs; ampliar o debate sobre as conseqüências sociais, econômicas, políticas e culturais da aceleração do ritmo das inovações, ou seja, da velocidade do progresso e das mudanças tecnológicas, especialmente a partir do final do século XX; analisar e aprofundar as discussões sobre como o Brasil e outras nações em desenvolvimento podem aproveitar melhor as oportunidades criadas pelo progresso científico e tecnológico em favor de sua economia, dos negócios, dos mercados e dos consumidores.
Como se pode observar são propostas ambiciosas, mas já é mais do que hora de começarmos a debater essas questões.
Para escrever o livro Siqueira entrevistou algumas das personalidades mais marcantes de nosso tempo, ouvindo as opiniões sobre o futuros de pessoas como: Horst Störmer, Prêmio Nobel de Física de 1998 e cientista dos laboratórios Bell da Lucent; Arthur C. Clark, Alvin Toffler, Don Tapscott e James Cunton, futurólogo de renome internacional; Nicholas Negroponte e Michael Dertouzos, ambos professores do Massachusetts Institute of Technology (MIT); João Antonio Zuffo, da Universidade de São Paulo; Jean-Paul Jacob, da Universidade da Califórnia - Berkeley e da IBM; Michio Kaku, do City College de Nova Iorque - professores que pensam seriamente o mundo de amanhã; Bill Gates, líder principal e fundador da Microsoft; Scott McNealy, presidente e fundador da Sun Microsystems, líderes e pioneiros da tecnologia da informação em nosso tempo; John Chambers, presidente da Cisco; Carly Fiorina, presidente da Hewlett Packard; Ben Verwaagen, presidente da British Telecom; Craig Barret, CEO da Intel, todos líderes de prestígio mundial, entre outros entrevistados e consultores.
Trecho: "Mesmo considerando a proposta de Vannevar Bush de um banco mundial do conhecimento e as tentativas de se viabilizar o videotexto, a internet nunca foi, a rigor, prevista por nenhum futurólogo. Nem Isaac Asimov, nem Arthur Clark, ou nenhum outro escritor de ficção, foi capaz de prever algo tão ambicioso quanto uma rede mundial interligando milhões de computadores, bases de dados, arquivos gigantes, empresas de todos os portes, universidades, laboratórios, centros de pesquisa, bibliotecas, jornais, revistas, organizações globais, da ONu ao Vaticano, da Nasa à pizzaria da esquina.
Nascida como uma rede militar, estratégica, voltada para a segurança dos Estados Unidos da América, a internet evoluiu e passou para o domínio civil, quando já contava com uma imensa estrutura construída com recursos altamente subsidiados do governo norte-americano e suas universidades.
A partir de 1990, governos de outros países passaram a investir na implantação de infra-estruturas equivalentes e a promover a interconexão de suas redes com a internet nos Estados Unidos. No Brasil, nasceu a Rede Nacional de Pesquisa (RNP), sob a responsabilidade do Ministério da Ciência e da Tecnologia e com a participação de entidades públicas e privadas, como a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP.
A internet tem mudado a vida de centenas de milhões de pessoas. Nós jornalistas, que viajamos pelo mundo, comprovamos a profunda mudança ocorrida na ..."